domingo, 22 de janeiro de 2012

Decidi ser curiosa.

Esta é a quarta tentativa de texto para o blog em menos de 12 horas. Fiz três outras sobre os mais diferentes temas, com pegadas de humor, outras com mais sentimentos e até uma historinha de um casal apaixonado. Acabei me convencendo que nada estava bom o suficiente para o Blogspot e desisti na metade. Sem parecer aqueles clichês típicos das aulas de redação, quando a gente não tem ideias e acaba fazendo um texto qualquer sobre a dificuldade de escrever. Há 10 minutos eu estava pensando em qual desculpa seria melhor para justificar a ausência do meu post. E olha só, eu sou a redatora!

A internet tem essa coisa maravilhosa de tornar o conhecimento acessível. Entretanto, esse conhecimento está constantemente disputando, e diga-se de passagem perdendo, lugar com milhares de informações que são bombardeadas o tempo inteiro diante dos nossos olhos. Hoje parei pra contar e notei que abro seis sites de notícias, oito redes sociais e um reader com mais de 400 feeds. Esse é o procedimento padrão todas as manhãs: quase duas horas para conseguir me atualizar com o que aconteceu no mundo enquanto eu dormia. Geralmente não aconteceu nada, mas não admito não ser a primeira a fazer piada com uma notícia ou ser a última a saber do novo meme. Lendo assim parece um exagero, mas pare um pouco pra pensar como é a sua rotina.



Essa semana li uma notícia que dizia que o cérebro de uma pessoa viciada em internet sofre os mesmos danos de uma pessoa que usa álcool ou drogas. O problema em si não é você controlar o seu vício, ficar uma semana sem atualizar seu Facebook ou sem dar checkin no seu restaurante favorito. O que eu percebo, e muito mais agora, enquanto escrevo este texto, é que não sabemos dar prioridade ao que é importante. O Twitter precisa ser atualizado a cada 5 minutos? Você precisa olhar todas as atualizações dos seus amigos no Facebook? Depois de um dia, pare e pense “o que ganhei com tudo isso?” Posso te responder: você soube de uma notícia 5 minutos antes que o resto do mundo e ai, no final de tudo isso, não vai fazer nenhuma diferença. Já parou pra pensar?

Aquele amigo blogueiro que você tanto zoa, ou as 50 vezes que você disse “menos a Luiza, que está no Canadá”. Isso não vai fazer a menor diferença na sua vida. Aliás, fará sim, porque você vai ter deixado de ler um artigo interessante, ter uma boa conversa com um colega de trabalho, ou apenas colocar os pensamentos em ordem, porque a necessidade de postar, de ser visto por todos e chamar atenção falou mais alto.
A gente (eu me inclui nisso, encare esse post como um depoimento de uma viciada)
encontra na internet a companhia que falta para os nossos dias. Em tese isso não está errado, podemos conhecer opiniões, pensamentos, ideias de milhões de pessoas e que jamais teríamos condições em uma vida. Mas ao mesmo tempo deixamos de pensar, criar e de deixar um legado para o futuro.



Já pensou do que os seus filhos vão se orgulhar de você no futuro? “O meu pai já twittou mais de 100 mil vezes.” É isso que você quer? Acredito que a comodidade acomoda. E assim como o uma rede um dia acaba, uma hora você vai dizer “O que eu fiz nos últimos 4 anos da minha vida?”

Podemos fazer um trato agora: você vai sair dessa aba (deixe o site aberto pra nos dar aquela ajuda) e vai entrar em um site diferente, vai fazer uma busca nova, um assunto que você sempre teve curiosidade em conhecer, mas nunca tinha procurado porque ainda estava esperando que alguém sintetizasse tudo em 140 caracteres. Saia, procure, invente, crie, não tenha medo de errar, de pedir ajuda nem de ouvir críticas. Tente ser o melhor pra você e não para os outros. Mas acima de tudo pense: o que vou deixar para o mundo?

Começo agora, deixando um vídeo que encontrei semanada passada e que me fez pensar muito sobre isso. O vídeo é bom, mas a mensagem passou a ser minha filosofia de vida “O futuro pertence aos curiosos”.

The Future Belongs to the Curious from Skillshare on Vimeo.