Se não há explicação, ao menos sinto verter por dentro um leve arrependimento, errei por razoes mínimas porém diversas, o que me confere fartura, ainda que não tenha sido erros á sua altura. Menina, eu sei,você preferiria que eu tivesse acertado, mesmo que um acerto em miniatura.
Talvez não seja da minha índole agir com generosidade, é de família esta minha dificuldade em fazer os outros felizes, mas, ao contrário, é dom da tua, pois fizeste da tua felicidade a minha clausura. Que mistério é esse de tornar uma mulher apática a rainha da euforia, de fazer de uma mulher séria a senhora da galhardia, de fazer de uma mulher só uma mulher mais só ainda, por não antever mulher alguma que consiga repetir esta aventura?
Menina, por um triz não fui o que esperavas de mim, faltou-me a coragem, faltou-me a fissura.
Para sempre estarei a te escrever esta carta mentalmente, confusa e fria, mas não impura, já que nela abdico dos meus erros e acertos para revelar apenas o que em silencio te dedico, um sentimento injugável, imedível, totalmente irresponsável, sentimento que abraça o sofrimento por testar sua resistência e que acredita, de maneira um tanto tola e ridícula, que só esse tipo de sentimento é que perdura.