quinta-feira, 21 de junho de 2012

40 verdades importantes que aprendi sobre a vida.

A vida é um mistério, tanto para você quanto para aquela pessoa que você imagina que a entenda muito bem. Somos todos seres que vieram parar num corpo humano e que têm que aprender diariamente como lidar com os desafios desse mistério chamado vida. O fato é que não há verdade absoluta sobre as coisas. Como alunos diferentes que chegam a conclusões distintas sobre o mesmo conteúdo, cada um vai aprendendo da sua maneira a melhor forma de tocar os seus dias. Esse assunto recorrente me veio mais uma vez à tona ao ler um texto de um blog estrangeiro chamado de Raptitude (que eu achei em uma das minhas fuçadas na rede) na qual me veio pensamentos, e mais pensamentos sobre a minha vida. Pensei tanto que deu esse ápice de pensamentos em plena madrugada olhando pra essa janela. O que eu aprendi sobre você, Vida? 1. Você não pode mudar outras pessoas, e é grosseiro tentar. 2. É muito mais difícil queimar calorias do que se controlar para não comer alguma coisa. 3. Crianças são criaturas extremamente honestas até que a gente as ensine a não serem. 4. Gritar sempre piora as coisas. 5. Sempre que você se preocupa com o que os outros vão pensar de você, na verdade você está se preocupando com o que você irá pensar de você mesmo. 6. Todo problema que você tem é responsabilidade sua, independente de quem o causou. 7. Se você nunca questiona suas crenças, então provavelmente você está errado. 8. Ninguém sabe tudo sobre a vida. 9. Cada rosto que passa ao seu lado na rua representa uma história tão complicada quanto a sua. 10. Sempre que você odeia algo, ele te odeia de volta: pessoas, situações e até objetos. 11. As pessoas sempre embelezam tudo pra fazer as coisas parecerem mais bonitas e legais do que realmente foram. 12. Aqueles que mais reclamam, são os que menos realizam. 13. Evitar fazer algo o torna automaticamente mais difícil e mais assustador. 14. A maioria das coisas que você vê é somente o que você acha daquilo que vê. 15. Se o que você está fazendo parece ser absolutamente seguro, então você está fazendo isso errado. 16. Culpar os outros é o passatempo favorito dos que não gostam de responsabilidades. 17. Qualquer pessoa que você conhece é melhor do que você em algo. 18. Conhecimento é uma crença, nada mais. 19. O que torna os humanos diferentes dos animais é que os animais conseguem ser eles mesmos com facilidade. 20. Auto-reflexão é a única saída do caminho da infelicidade. 21. Quase todo clichê carrega uma verdade tão profunda que as pessoas tende a repeti-la até que você se canse de ouvi-la. Mas a sabedoria ainda está lá. 22. O mundo seria um lugar melhor se todo mundo lesse/assistisse National Geographic. 23. Se você não é feliz sozinho, não vai conseguir ser feliz em nenhum relacionamento. 24. Mesmo se não custar dinheiro, se tomar seu tempo, então não é de graça. 25. Todo mundo acha que dirige melhor que a maioria das pessoas. 26. Se vale gastar dinheiro com algo, é com um colchão de qualidade. Você vai passar um terço da sua vida nele. 27. Mesmo que tentemos lutar contra isso, somos todos hipócritas. 28. Crianças entendem tudo que você diga desde que passe o recado em uma ou duas frases curtas. 29. Palavras são imensamente poderosas. Uma marca cruel pode ferir alguém pra vida toda. 30. A maioria das coisas que as crianças aprendem dos seus pais não foi ensinada de propósito. 31. O ingrediente secreto geralmente é manteiga, em quantidades obscenas. 32. Sempre é válido experimentar de novo alguma comida que você não gostou da primeira vez. 33. Os problemas, quando surgem, raramente são tão dolorosos quanto a experiência de temê-los. 34. Nada (nunca)acontece exatamente como você imaginou. 35. Às vezes você tem que afastar algumas pessoas da sua vida, mesmo que elas sejam da família. 36. Não há razão para terminar de ler um livro do qual você não está gostando. A vida é curta demais pra isso. Engula seu orgulho e o deixe de lado pra sempre, inacabado. 37. Qualquer pessoa pode se acalmar instantaneamente ao olhar para o mar ou para as estrelas, acompanhadas com uma bela Lua. 38. A vida é uma viagem solitária, mas você vai receber várias visitas. Algumas duram um bom tempo, mas a maioria não. 39. Talvez você tenha se esquecido disso, mas fomos feitos pra pisar na grama e celebrar o sol nascendo. 40. Matar tempo é uma atrocidade. Ele não tem preço e nunca volta.

Novelas

Sempre assisti novela, como a boa patriota que sou. Mas de uns tempos pra cá, assumo que estou noveleira.

Antigamente, assistia uma novela em algum horário especifico, geralmente as da 19 horas pelo bom humor, e fim de papo.

Hoje em dia me vejo assistindo de todos os horários possíveis e imagináveis. Até o "Canal Viva", eu não perdoei.

Isso por que as aulas desse semestre nem terminarão, imagine quando acabarem.

A das 18 horas sempre assisto e fico depressiva. Na seqüência, vejo mais desgraça no jornal, e meu humor ta pior do que de uma pessoa que usa tarja preta.

Finalmente começa "Cheias de Charme". Caio no riso, não somente pelo texto, mas pelos figurinos toscos e o "Theuglas" (Pô Bibi) tentando tirar isso dele.

Começa "Carrossel" desligo a TV pra não matar o infeliz que teve a idéia desse remake com a Maysa.

Ai, chega a minha favorita, e nem é a Donatella. A novela barraco "Avenida Brasil"? Ainda bem que se chama "Avenida Brasil", se fosse "Avenida 23 de Maio", não ia acontecer nada, ia ficar tudo parado!

"Avenida Brasil"! UFC das nove! Ultimate Barraco Fighting! Monalisa deveria ter batido mais. Esse país te amaria ainda mais. E a Nina? A Nina parece a Noiva-Cadáver. Alguém põem mais cor nessa menina, e faz ela comer. Se ela cozinha tão bem assim, come! Que tá na hora de agüentar de vez o Jorginho.

Eu adoro mesmo é a Suellen Periguete. Com aquela calça lycra Knorr: deixa qualquer galinha gostosa!

E, se a Suellen viesse em cima de uma carroça, o pessoal começava a chupar pelo burro!

E a Carminha? A Carminha não está parecendo aquela menina de "O Exorcista"? Ou então, "Carrie, a Estranha"! Carminha, a Estranha!

E por que todas se passam no Rio Mais ou Menos 20? Pensamento da Rio+20: "Se tivesse julgamento para quem soltasse gás poluente, o Leleco perpétua".

Imagine. Seu amigo pega um táxi no Rio, a corrida deu R$ 25 e o taxista cobrou R$ 45. Aí ele reclamou, e o taxista gritou de volta: "Rio Mais 20!".

Brasileiro sofre, mas se diverti! Viva as novelas.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

O que é ser Corinthiano?

O que é ser corinthiano? Eis uma resposta inexplicável. Eis um sentimento indecifrável. Alguns dizem que é um estado de espírito. Outros afirmam que ser corinthiano é ser maloqueiro e sofredor, graças a deus. Já Toquinho preferiu o argumento de que ser corinthiano é ser um pouco mais brasileiro. É, pode ser. Mas confesso que de um mês para cá passei a ter orgulho de meu avô, Edmar, e meu pai, Ronaldo. Agradeço aos dois por me oferecerem essa oportunidade, aliás, me obrigarem a ser corinthiana. Sim, ninguém entende. Ninguém entende como colocamos 70 mil pessoas no Macaranã naquele 5 de dezembro de 1976. Não dá para entender como caímos naquele 2 de dezembro de 2007, e, mesmo assim, a paixão só aumentou. É difícil entender um jejum de 23 anos sem títulos e um corinthianismo ainda maior. Ah, Corinthians!! Sim, eu nasci corinthiana. E, como diz a música, já virou obsessão. É gostoso demais. Aconteça o que aconteça, bato pé e não abro mão. Não existe uma explicação para tornar-se Corinthiano. Acredito na doutrina espírita que diz sobre evolução do espírito, de encarnação para encarnação. Deve ser isso, uma alma nunca regride, sempre evoluí. Depois de passar por várias vidas, todos se tornam Corinthianos. Um espírito pode evoluir em vida, corrigir erros do passado. O Corinthians é isso. Ou seja, não se define. Apenas se reflete no coração de cada corinthiano. No grito do torcedor. No choro, na lágrima e na alegria. Corinthians não é vitória, nem derrota. É Corinthians. Somos um bando de loucos? Talvez. Fiel? Isso é pleonasmo. Corinthiano fanático também é pleonasmo. O Corinthians é assim: ou se ama, ou se odeia. Ele sempre desperta nas pessoas algum sentimento. Incomoda. Entra cutucando. Machucando. Deixando feridas que não cicatrizam. É por isso que tem tanto anti-Corinthiano. É fácil reconhecer um anti-Corinthiano. Sempre cabisbaixo, olhar triste, rancoroso e magoado, é o tipo mais invejoso que existe. Odeia a felicidade alheia. E, como todo Corinthiano é muito feliz, ele é anti. É muito mais fácil reconhecer um Corinthiano. Apaixonado, obstinado, esbanja alegria por onde passa. Capaz de qualquer coisa por aquilo que acredita. "Na vitória ou na derrota eu grito forte: Corinthiano eu serei até a morte." Ser Corinthiano é mais do que isso. É roer unhas, dedos e cotovelos quando o Timão joga, mesmo que esteja ganhando de 10 a zero. É vibrar cada segundo, aplaudir cada jogada, enfrentar horas de chuva, de frio e de calor, para ver o Corinthians jogar na quarta-feira à noite, em Xiririca da Serra, contra o XV de Piri-Piri. É mentir para o patrão, "matar" mãe, avó e tia toda semana para não perder o emprego. Deixar de entregar trabalho na faculdade e não ser reconhecido pela professora de quarta-feira porque você só assistiu a uma aula dela durante todo ano para ver o Timão jogar. Ficar de castigo sábado à noite, porque mentiu para mãe dizendo que ia bater uma bolinha com os amigos e embarcou com os Gaviões para o Couto Pereira. Juntar cada centavo para comprar a nova camisa que chega a custar caro pra caramba. É reconhecer que é sofredor. Todo Corinthiano é sofredor sim, porque a gente sente na pele, como uma faca entrando no peito e rasgando o coração, cada jogada errada, cada passe mal dado, cada bola fora do gol, cada gol tomado, cada cartão amarelo, vermelho, derrota, escanteio, lateral, falta. Por cada jogador bom que é vendido, ou aquele que não dá certo, que não joga nada, que só quer dinheiro. A gente sofre com os mercenários que vem e que vão, cartolas, preço de ingresso, tabela mal-feita, adversários fracos. Tudo isso maltrata o Corinthiano porque nós amamos o futebol. Torcer para o Corinthians é como um casamento para vida toda. É dormir e acordar pensando nele, é contar da má fase para os amigos e da boa fase para os inimigos. É saber que namorar são-paulino, palmeirense, santista ou qualquer torcedor de outro time, nunca dará certo. Porque Corinthiano está mais no Pacaembu do que em casa, está mais no Morumbi do que na escola, está mais no Canindé do que no bar, está mais na Vila do que na padaria. Corinthians não é para qualquer um, não é moda. Só nasce no coração dos humildes e daqueles que estão preparados para abrigar um amor de mãe. Amor maior que o peito, orgulho de ser e assumir aquilo que é sob qualquer circunstância. Muitos não estão preparados para isso. Basta apenas paciência, treino, humildade para reconhecer os erros e, talvez, nascer mais muitas e muitas vezes. Só quem é Corinthiano sabe do que estou falando. Quando eu morrer, ahh, quando eu morrer, não quero choro nem vela. Quero uma bandeira preta e branca. Um surdo e uma só música: salve o Corinthians, o campeão dos campeões, eternamente em nossos corações. Em vida? Em vida, eu te celebro a cada dia. Em qualquer canto do Brasil. Seja onde for, para sempre meu grande amor. Digo que não sou católica, nem evangélica. Sou Corinthiana. Não tenho vícios. Meu vício é o Corinthians. Tenho um amor eterno. E ele se chama Corinthians.

Quase

Ainda pior que a convicção do não é a incerteza do talvez, é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono. Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos “Bom dia”, quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si. Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer. Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu. Ainda pior que a convicção do não é a incerteza do talvez, é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono. Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos “Bom dia”, quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si. Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer. Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.

Exigências da Vida Moderna

Dizem que todos os dias você deve comer uma maçã por causa do ferro. E uma banana pelo potássio. E também uma laranja pela vitamina C. Uma xícara de chá verde sem açúcar para prevenir a diabetes. Todos os dias deve-se tomar ao menos dois litros de água. E uriná-los, o que consome o dobro do tempo. Todos os dias deve-se tomar um Yakult pelos lactobacilos (que ninguém sabe bem o que é, mas que aos bilhões, ajudam a digestão). Cada dia uma Aspirina, previne infarto. Uma taça de vinho tinto também. Uma de vinho branco estabiliza o sistema nervoso. Um copo de cerveja, para... não lembro bem para o que, mas faz bem. O benefício adicional é que se você tomar tudo isso ao mesmo tempo e tiver um derrame, nem vai perceber. Todos os dias deve-se comer fibra. Muita, muitíssima fibra. Fibra suficiente para fazer um pulôver. Você deve fazer entre quatro e seis refeições leves diariamente. E nunca se esqueça de mastigar pelo menos cem vezes cada garfada. Só para comer, serão cerca de cinco horas do dia... E não esqueça de escovar os dentes depois de comer. Ou seja, você tem que escovar os dentes depois da maçã, da banana, da laranja, das seis refeições e enquanto tiver dentes, passar fio dental, massagear a gengiva, escovar a língua e bochechar com Plax. Melhor, inclusive, ampliar o banheiro e aproveitar para colocar um equipamento de som, porque entre a água, a fibra e os dentes, você vai passar ali várias horas por dia. Há que se dormir oito horas por noite e trabalhar outras oito por dia, mais as cinco comendo são vinte e uma. Sobram três, desde que você não pegue trânsito. As estatísticas comprovam que assistimos três horas de TV por dia. Menos você, porque todos os dias você vai caminhar ao menos meia hora (por experiência própria, após quinze minutos dê meia volta e comece a voltar, ou a meia hora vira uma). E você deve cuidar das amizades, porque são como uma planta: devem ser regadas diariamente, o que me faz pensar em quem vai cuidar delas quando eu estiver viajando. Deve-se estar bem informado também, lendo dois ou três jornais por dia para comparar as informações. Ah, e o sexo! Todos os dias, tomando o cuidado de não se cair na rotina. Há que ser criativo, inovador para renovar a sedução. Isso leva tempo ,e nem estou falando de sexo tântrico. Também precisa sobrar tempo para varrer, passar, lavar roupa, pratos e espero que você não tenha um bichinho de estimação. Na minha conta são 29 horas por dia. A única solução que me ocorre é fazer várias dessas coisas ao mesmo tempo! Por exemplo, tomar banho frio com a boca aberta, assim você toma água e escova os dentes. Chame os amigos junto com os seus pais. Beba o vinho, coma a maçã e a banana junto com a sua mulher... na sua cama. Ainda bem que somos crescidinhos, senão ainda teria um Danoninho e se sobrarem 5 minutos, uma colherada de leite de magnésio. Viva a vida com bom humor!!!

sábado, 9 de junho de 2012

Quando "O cara" vira só mais um.

“O Cara” realmente merecia ser chamado assim, pois foi campeão brasileiro da modalidade quase olímpica denominada cafajestagem esportiva. Ele sempre treinou duro e sem perder a pose, defendeu o cinturão macho-alfa nas categorias: degustação de calcinhas (comestíveis ou não), remoção de sutiãs construídos pela NASA e, claro, hipnose quântica de clitóris tímidos. Sem pestanejar, ele ousou correr os riscos implícitos nas camadas mais impúdicas da noite, sentou sem ser chamado e foi bem aceito em mesas de bar repletas de coxas pecadoras e lábios, vaginais, claro. “O Cara” desafiou as regras românticas da boemia e gritou pelos quatro cantos do mundo que o amor é apenas uma invenção criada pelo ser humano amedrontado, um placebo funcional contra o vazio assustador que é estar só em meio a um bocado de nada. Ele brindava o hedonismo a cada copo de vodca, sem gelo, como manda o figurino do cowboy contemporâneo. “O Cara” carregava mistério ao quadrado, sugava mulheres inteiras apenas com o buraco negro da íris, não piscava, mas nunca, por nada nesse mundo, deixava que alguma presa penetrasse-lhe inteiramente pelos olhos, pois conhecia o risco de lá no fundo, alguém perceber algum resquício humano de insegurança. Ele sabia que cedo ou tarde alguma sereia lhe arrastaria inteiro para o fundo de oceanos nos quais ele certamente não saberia como nadar. Eis que, numa noite fria, arriscou sentar-se com ela, uma ilustre desconhecida. Decidiu chegar mais perto e daquele momento em diante, não havia mais distância segura entre aquelas bocas, famintas e visivelmente salivantes. Os lábios se comeram como se um meteoro do tamanho da lua fosse atingir a Terra no dia seguinte e, naquela madrugada, ele deu o primeiro sinal de apocalipse, quebrando as antigas regras de conduta pessoal – dormiu de conchinha, encaixou-se sem pavor e estranhamente gostou daquele enrosco. Fez cafuné sem obrigação de fazê-lo. Dali em diante, rompeu vários mandamentos que provavelmente o expulsariam por justa causa do clube dos cafajestes. Aceitou uma viagem romântica, comeu Fondue antes do sexo e sentiu um ciúme incontrolável pela primeira vez na vida. Sem saber como agir, entrou na decadência dos dedos incontroláveis, cuspindo SMS como se fosse uma metralhadora automática, escrevia: “Bom Dia”, “Boa Tarde”, “Boa Noite”, “Boa Madrugada”, era bom em demasia e errou, ao achar que assim a manteria por perto. Tornou-se previsível, via de uma só mão com muito dedo e pouco tapa. “O Cara” deixou de ser espontâneo e virava outro homem quando estava perto dela. Encolhia-se beirando a timidez, sempre com pavor de criar tempestades ou discussões que pudessem abalar a junção dos dois. Com medo de perdê-la, criou uma chuva de atitudes sufocantes para tentar evitar esse temido hiato e por fim, acabou vítima de uma metamorfose comum: “O Cara” que era único em meio à multidão, individual e seguro de si, transformou-se em mais um, num qualquer medroso e tristemente mimetizou-se ao lado de tantos outros caras, bichos comuns. Confundiu-se com qualquer clichê, evaporou. Ao perder o artigo que o diferenciava de tantos homens, perdeu também aquela mulher especial, que desistiu de amá-lo quando passou a prevê-lo, quando percebeu que nenhuma surpresa sairia daquela boca cheia de filtros. Por isso, não importa se você é cafajeste, macho alfa ou apenas você, mas precisa saber de uma coisa muito importante e atemporal sobre as mulheres: elas odeiam insegurança. Na pré-história os machos demonstravam segurança caçando mamutes com pedaços de pau, hoje, ficou bem mais fácil. Ser seguro é confiar no seu próprio pedaço de pau e jamais, por nada nesse universo, mudar quando estiver diante de sua fêmea. Só assim é possível fazer diferença. E, efetivamente, se tornar “o cara” da vida de alguma mulher.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Reply

Imagine que tenho uma mala muito pesada com um milhão de moedas de ouro. As alças ficam penduradas no meu pescoço, me forçando a cabeça pra baixo, retesando os músculos do olhar pra frente.

Vez ou outra, uma pessoa da rua passa e tenta me roubar. Mas, por mais que esteja tão pesado e doendo e estragando a minha coluna, luto até a morte pra proteger a tal da mala.


Automaticamente me atiro contra o chão, como se protegesse um filho das balas. São terríveis esses quilos centralizados no ponto mais fraco do meu corpo, mas pra violência a gente não entrega nem os fardos.Dai, também, às vezes, uma pessoa da rua se oferece pra carregar a mala pra mim. Ou pra guardar em sua casa. Ou pra dividir o peso ao estilo “uma mão em cada alça”.


Também não consigo entregar meu arqueamento e tamanho para essas pessoas. O amor gentil nunca me conquistou. Gentileza é coisa pra quem nunca será íntimo.


Solidariedade é coisa pra campanha política. Felicidade é pra quem se conforma em ficar num lugar só porque está bom. Mas muito de vez em quando, como aconteceu com a gente, aparece uma pessoa que não me pede nada e pra quem eu tenho vontade de entregar cada moeda da minha mala com um milhão de moedas de ouro.


Tome, leve, gaste, use, encha a sua banheira com elas e depois me mande uma foto. Eu sou uma mendiga ao contrario. Eu ando pelo mundo implorando pra que alguém aceite a minha riqueza. Fico sentada no chão, tocando meu instrumento, com um chapéu imenso e lotado. E a plaquinha “por favor, não me ajude”.


Muitas pessoas passam, mas pra poucas me levanto. Posso ficar horas tentando te explicar. Você tem um resto perdido e solitário de sobrancelha ao lado da sobrancelha esquerda.

Você tem pequenos buracos entre os dentes de baixo. Você molha o lábio com a língua ainda mais seca que seus lábios, quando está nervoso.


Você joga seu maxilar inferior pra frente quando a risada é de deboche. Você joga o seu maxilar superior pra frente quando a risada é de timidez.Você atravessou a rua com as mãos congeladas dentro do bolso. Você pede perdão pela sua parte playboy com a doçura e a sinceridade de um poeta descalço.


Você me convida pra almoçar no restaurante onde estivemos da ultima vez e, porque sabe ser piadista exatamente do jeito que combina comigo, explica detalhadamente onde é o lugar como se eu não lembrasse dele todos os dias.

Eu vejo a palavra “reply” no meu celular e, só porque tem a letra “y”, a letra mais forte do meu nome, sinto de leve um chutinho atrás dos meus joelhos. Eu poderia ficar horas te explicando por que eu acho que é amor.

Você outro dia fez o exercício contrário. Ficou tentando me explicar por que não é amor. Falou da minha amargura verborrágica, das minhas fases com remédios que causam anorgasmia, do quanto odiava quando eu tentava extrair mais e mais e mais do seu peito protegido pelas várias jaquetinhas modernas que parecem paletozinhos mas têm zíper e, por fim, disse que apesar de não simpatizar com elas, prefere as meninas que te fazem sentir de férias em um spa relaxante.

Não são por essas coisas que não se ama. Não são por essas coisas que se ama. Essas são apenas as coisas sobre as quais conseguimos falar na nossa ânsia de ocupar a cabeça enquanto nos encaramos um pouco assustados.


A verdade é que, no meio da multidão, estamos carregando nossas malas pesadas de riquezas e belezas e sentimentos. E uma hora, só porque acontece e não se pode explicar sem parecer ingênuo e arrogante, escolhemos uma pessoa que nos leve.Eu sei que é amor porque eu te escolhi pra me levar e, mesmo você não tendo aceitado, eu fui.


Eu te vi atravessando a rua com as mãos frias dentro da “jaquetinha paletó que tem zíper” e fui lançada sem tempo de pena. Você não sabe, você não vê, você não quer, você não se importa. Mas, no último segundo do sinal fechado, eu abri a janela do meu carro e joguei a mala com milhões de moedas de ouro.A mala não te atingiu, caiu meio metro antes do seu último passo.


Nem o som do meu peito desmoronado, nem o cheiro do meu amor metalizado, nem a luz da minha devoção dourada. A mala espatifou no meio da avenida caótica pela chuva e pela véspera do feriado. Os famintos, os entediados, os pobre-ninguéns, os todos-os-outros, se engalfinharam pra tirar proveito do amor que, lançado ao homem sem mãos aparentes, agora ficou esparramado, exposto e restante no asfalto, como um resto de feira reluzente.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Manual (nada) prático para (des)entender as mulheres.

Para desentender as mulheres é preciso acordar cedo alguma vez na vida. É preciso passar uma noite inteira em claro e roer todas as unhas de uma única vez por nervosismo. É saber que ela não vai ligar, mas vai ligar assim que você desistir. É preciso abraçar um garçom, uma punhada de amigos e umas trocentas garrafas de algum destilado fatal. Para desentender as mulheres é preciso ter passado algumas horas com Neruda, Pessoa, Jabor e Moraes. É preciso de tudo, ser atento ao seu amor. É extremamente preciso acordar atrasado e ter uma vasta gama de desculpas para convencer qualquer juiz a não decretar sentença de morte. Para desentender as mulheres é preciso renunciar o filme de ação e chorar feito uma menininha enquanto Marley é enterrado. É se fazer de forte na frente dos outros e guardar as inseguranças num cofre que quase ninguém tem acesso. Para desentender as mulheres é preciso ir em frente, dar meia volta, esperar que o espelho dê consentimento e estar sempre disposto a esperar por toda e qualquer ocasião especial que demande tempo. É saber que o jogo está ganho e perder no último minuto. É achar que não tem mais jeito e conseguir um gol de placa aos 45 do segundo tempo. É preciso abrir mão de ser só seu e ser de uma, duas, mil e uma ao mesmo tempo. É preciso entender que todas elas coexistem e que tudo o que você disser será usado contra você mesmo. Para desentender as mulheres é preciso ser do contra e achar que as entende. É escrever manual pra poeta, pra compositor e pra artista. É ensinar a cada um deles uma essência diferente, um rabisco original. Para desentender as mulheres é preciso se enganar a cada dia e recuperar o fôlego depois de uma caminhada pelo caminho errado. É preciso saber dançar muito bem e não admitir isso. É preciso pisar em pés e achar graça dessa forma de se mover que mais parece uma ciranda. Para desentender as mulheres é preciso ter olhos fechados e peito aberto. É navegar por um mundo desconhecido em busca de algo que você conhece bem. É reconhecer pernas, coxas, panturrilhas em olhos calmos ou tempestuosos. É abrir mão da realidade para viver de literatura. É preciso ser poeta e escrever personagens imaginários para cada noite bem dormida. É contar vantagem sobre uma desvantagem e rir de quando as coisas vão mal. É preciso ser louco. Para desentender as mulheres é preciso entender de cheiros. É necessário que seja um especialista em sensações e emoções deturpadas. É quase como obrigatório gostar do cheiro do suor delas na sua pele e se deliciar com o fato de que esse cheiro é só delas. Para desentender as mulheres é preciso conhecer Paris, Londres e o Rio de Janeiro. É preciso saber reconhecer cada pedaço do mundo nas coisas que elas fazem. É ter certeza de alguma coisa completamente incerta e bater pé defendendo uma tese furada. É saber beber vinhos, limpar manchas, tirar roupas e deitar de conchinha sem fazer absolutamente nada. É preciso decifrar o ritmo cardíaco, interpretar a respiração pesada, medir a dilatação das pupilas. Ser um pouco médica, talvez. Para desentender as mulheres é preciso ter raiva, ter força, ser um pouco egoísta e não saber lidar com algumas situações. É preciso entender de siglas, de períodos, de chocolates e de flores. Para desentender as mulheres é preciso decorar esse texto algumas vezes. E esquecer de tudo isso no exato momento em que puser os olhos em uma delas e descobrir que o impossível mesmo é desentendê-las.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Proibido ser Morno

Hoje acordei cheia de vontades, engasgada com meus tantos anseios. Ainda na cama desejei ser um dama à moda antiga e quem sabe enviar uma carta apaixonada para bem longe, só pelo prazer de esperar ansiosamente por uma resposta construída com palavras imprevisíveis. Abri os olhos com a ânsia gritante de recrutar amigos, dos mais sem vergonha, e fazer com eles minha primeira serenata, dessas que começam com pedra atirada na janela e terminam em aplausos solitários e lágrimas caindo de surpresa sobre o parapeito do meu peito, água derramada pela mulher descabelada, que envergonhada mostraria todos os dentes num sorriso impossível de ser guardado para mais tarde.

Hoje despertei arrependida pelas tantas portas de carro que deixei fechadas, com medo de ser cavalheira em demasia, de fachada, a ponto de parecer mal-intencionado num mundo que atropelou tanta gentileza do passado. Acordei sem conseguir engolir as muitas vezes que cheguei à casa dela de mãos vazias, quando o que mais queria era ter sido portador de um buquê com rosas bem tagarelas, que infelizmente deixei caladas, intocadas na vitrine da floricultura.

Hoje chorei por ter perdido os versos que a vida me obrigou a esquecer antes mesmo que eu pudesse escrevê-los em algum guardanapo de boteco, SMS etílico ou no coração alado de alguma mulher que por ao menos uma noite foi inteira minha.

Hoje sorri quando me vi no espelho e em meio ao meu cabelo escuro percebi um solitário fio branco, a prova irrefutável de que estou envelhecendo, aprendendo a perder tudo que tenho para quem sabe um dia, poder ensinar algo sobre ganhar o que me falta.

Hoje comemorei com fogos de artifício e champagne as minhas incontáveis derrotas, as inúmeras vezes que passei longe do pódio e nem ao menos pude estimar o peso daquele troféu. Celebrei os gols praticamente feitos que perdi em cima da linha do pênalti, os socos dos quais não fui capaz de esquivar e principalmente, as vezes que subestimei meu adversário e felizmente percebi minha falta de modéstia enquanto superestimava-me. Aplaudi esses tantos tombos com a certeza de que foram eles que me lecionaram o sabor perigoso da vitória e todo o risco presente nas medalhas de ouro que carregamos no peito, como se vestíssemos uma armadura dourada de orgulho.

Hoje cantei Sinatra no banho e sem me importar com meu desafino fiz do xampu microfone, como se pelada eu trajasse chapéu e gravata borboleta, mais que isso: como se de dentro do meu box de vidro transparente eu pudesse enxergar o mundo todo do meu jeito, “My Way”, feito de muita poesia e folhas em branco, prontas para receber a tinta fluorescente dos meus insaciáveis desejos.

Hoje acordei fervendo, com febre de viver e uma incendiária certeza: para abrir os olhos de verdade, não é permitido ser morna. Não importa com qual pé pisará primeiro quando resolver sair da cama e do coma, apenas pise forte e mantenha seus passos com fome, o mundo está ali para que você o devore já! Não espere tanta coisa esfriar.
Ser morna é caminhar em cima do muro, é esperar o tempo passar sem passar pelo tempo. Ser morna é segurar a cintura dela com a mão frouxa, é fazer sexo sem entregar-se até colocar fogo no colchão. Ser morna é desejar coisas medianas e saciar a vontade com coisas menores ainda. Ser morna é fazer striptease pela metade, penetrar pela metade e amar pela metade. Ser morna é estar sempre meia-bomba e não deixar nenhum estilhaço cravado no mundo. Por mais masoquista que pareça, prefira aquilo que queima e inevitavelmente marca, essas são as coisas que, no futuro, te farão olhar pra trás e constatar que a vida valeu a pena.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Eu não volto atrás

"Se é pra ser, vai ser". O difícil é aceitar quando não é pra ser, né? A gente quer insistir em salvar um relacionamento, manter uma amizade, fazer o possível e o impossível, mover mundos e fundos ou qualquer outra expressão popular que a gente encontre. É isso. Eu consigo mudar essa situação. Vou salvar o que ainda resta. Vou lutar. Se eu pudesse dar um conselho, esse seria: PARE! Ninguém vai te amar mais pelo seu esforço. Ninguém vai te querer mais pelo tamanho do seu coração. Um relacionamento não se mantém com uma pessoa só, não dura. Reciprocidade é fundamental, quando você tem que fazer a parte do outro, o relacionamento já deixou de existir. E a partir desse momento, o que quer que você venha a fazer vai parecer pressão e você vai ter que se acostumar com o: "Nossa, ela não para de me mandar sms. Ela tenta me controlar. Você me sufoca!". Humilhante demais, concorda? O que quer que tenha sido um dia, pode não ser o mesmo hoje e nos resta aprender a nos libertar do passado. Desfazer laços nunca foi fácil, pelo menos não pra mim. Claro que não deixo isso estampado no rosto como se fosse um cartaz pregado na minha testa: "Oi, estou sofrendo, fica aqui mais um pouquinho". Eu vou sorrir e mostrar ao mundo como eu estou bem. E quão idiotas as pessoas foram por ter me deixado ir embora. Aconselho isso a todas, funciona! Mas e depois? Porque, você sabe, eles voltam. Ressurgem com um amor sobrenatural, dizem coisas lindas, fofas, mostram e demostram a falta que sentem e o quanto sentem muito. Patético. Lamentável a tentativa de nos ter de volta, sentimento de posse. O quê? Ela superou? Ela está com outro? Não, tenho que recuperar o que eu perdi, afinal, é de mim que ela gosta, certo? Errado! Saiba ser forte. Saiba como não ceder. Siga em frente. Andar para trás nunca levou ninguém a lugares novos. Ex bom é aquele que nunca deixou de ser atual. Está no passado? Que fique lá! É como dizem, tudo o que vai, volta. Volta melhor, pior, mas sempre volta. Só não sei qual é a regra que me diz que tenho que aceitar de volta. Sabe por que eu não sei? Pois é, não existe.

Dose Dupla

Beijos cinematográficos no meio do shopping, namorados dando comida na boca um do outro em meio a restaurantes e tantos outras formas públicas de demonstrar amor que me fazem ter certo enjoo. Um tanto quanto embaraçosas para quem olha.E eu fico aqui tentando entender essa necessidade de mostrar ao mundo que existe "amor" entre o casal. A verdade é que hoje em dia nós vivemos em uma sociedade tão moralista, que se o cara não diz "te amo" todos os dias, ele não tem coração; se uma menina não gosta de flores, ela vai morrer solteira; e ai do casal que não posta juras de amor, é porque não se amam! É tanta carência que não basta ter um namorado ou uma namorada, precisa mostrar, é por isso que na minha opinião esses casais muito mela mela não duram. Ainda não entenderam que o que torna um relacionamento maduro, gostoso e duradouro é a segurança? Mulheres; não estou dizendo para desvalorizarem seus homens ou serem indiferentes com eles, mas não precisa ficar dizendo "eu te amo" em todas redes sociais possíveis, aliás não ouvir isso de forma tão fácil é o que torna as coisas ainda mais fascinantes. Homens; valorizem e muito suas mulheres, as conquistem, as encantem, façam dessa conquista algo só de vocês e não algo pro mundo inteiro. Para mim quem é realmente feliz em um relacionamento, como casal, não se ocupa com essa perda de tempo em rede social. Um conceito: vocês gostam tanto e querem viver tanto romances de livros e filmes, em quantos deles vocês viram essas declarações exacerbadas publicamente? Vou falar que para mim quem deixa as coisas muito no público é porque falta muito na privacidade. Se o amor realmente existe, não precisa ser provado. É possível perceber em pequenos atos, em alguns olhares e até mesmo na forma simplista em que o casal se comunica. Não estou dizendo que casais que gritam seu amor aos quatro cantos não se amam, não. Eles podem até se amar sim, e muito. Mas são inseguros. A insegurança é transportada para todas essas demonstrações patéticas e excessivas. Uma forma de esfregar na cara do mundo o quanto eles são "felizes" juntos. Me diz, para que? Me arrisco dizer que aqueles que precisam muito se afirmar diante de todos é porque não tem certeza dos seus sentimentos. Às vezes eles mesmos querem acreditar em tudo aquilo que dizem, e eu entendo. Ter dúvidas é normal, mas tentar solucionar seus problemas com declarações exageradas em redes sociais não vai mudar nada. Conheço casais que sequer colocam "relacionamento sério" no Facebook e que estão juntos há mais de 7 anos. Se amam, se gostam e se respeitam. Possuem algumas fotos juntos em festas, viagens, eventos. Mas nunca os vi postando fotos de seus beijos apaixonados de língua e publicando o quanto são perfeitos juntos no mural. Gosto de relacionamentos simples, verdadeiros, sem complicações. Você e eu, eu e você. Não é preciso mostrar nada a ninguém, deixe que achem, deixe que pensem. Você tendo certeza dos seus sentimentos é o que importa. Vai dizer que você não sente um desconforto quando se senta em uma mesa de bar e o casal que saiu com você não para de se beijar por um segundo? Cara, não é inveja, não mesmo (tem mulher que acha que é né!). Mas qual a necessidade de se beijar loucamente dentro de um bar ou até mesmo em um restaurante? Completamente desnecessário e certamente é algo que deixa todos ao redor desconfortáveis. Sempre fui muito discreta - isso é algo que nasceu comigo - então o que estou dizendo é mais uma opinião minha do que uma certeza absoluta, ok? Acho que momentos assim devem existir quando o casal estiver sozinho e que eles transformem isso em um momento deles, só deles. E que permaneça no tempo. Você não precisa postar todos os dias no mural do seu namorado o quanto vocês se amam ou tirar fotos dando beijos apaixonados para que as pessoas vejam que vocês são felizes juntos. Mas peraí, vocês são felizes juntos? Usem essa força de vontade em demonstrar ao mundo o que vocês sentem para algo que realmente importa: seu relacionamento. Sempre prezei a discrição em meus relacionamentos e nunca fui infeliz ou amei menos por isso. Você pode sim tirar fotos beijando seu namorado, mas que tal guardar para vocês? Em vez de mandar um "eu te amo, você é tudo na minha vida" lá pra todo mundo ver, que tal sussurrar isso no ouvido dele? Te garanto, um pouco de discrição não faz mal a ninguém, afinal, a inveja tem sono leve. Ou como dizem por aí, ela nunca dorme.. O que estou querendo dizer é que o amor não é medido pelo tamanho da sua demonstração. Carinho pode ser transmitido através de um simples gesto de abrir a porta do carro pra ela ou até mesmo de abraçá-la quando ela está com frio. Geralmente os menores atos são os mais marcantes e o silêncio diz muito mais do que palavras bonitas.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Não deixe a sua sensibilidade seja roubada

Sinal vermelho. Já é o terceiro menino descalço que vejo hoje, mais uma criança suja, quase invisível e visivelmente carente de tudo. Com um gesto mecânico e curto, poupo esforços, digo em silêncio que não tenho dinheiro, aceito aquela cena inadmissível com a mesma frieza de um animal irracional, bicho egoísta. Sigo o embalo cego de São Paulo e sinto que estou deixando a megalópole cimentar meu coração, hoje com átrios de asfalto e um pulsar robótico, zabumba insensível. A cada dia que passa, ando mais apressada e com menos olhos. O sol se põe todo dia e nunca estou lá para vê-lo partir, a lua vez ou outra está cheia, mas e daí? Minha agenda também está, sempre inundada de compromissos e coisas sem importância, inadiáveis.O som das buzinas está cada vez mais alto e ensurdecedor. Não reconheço mais a voz etílica do “poetinha” Vinicius. Acordo muda e não assovio mais os acordes harmônicos de Toquinho e pior: não tenho tempo para me emocionar quando ouço “Olhos nos Olhos”, cantada pelo mestre Chico. Sinto cheiro de fumaça negra, densa, dessas que cospem os caminhões e já nem sei mais qual o perfume usado pelas damas da noite. Sinto gosto de piche, de café amargo, que tomo só pelo poder energético da cafeína. Esqueci o quanto era bom queimar a língua, repetidas vezes, na deliciosa lasanha da minha avó, que também foi esquecida pelo tempo e deixada de lado numa casa infestada de crochê, novela, naftalina e silêncio eterno.Os prédios estão cada vez mais altos, mas realmente não ligo se esses monstros hoje tapam o esplendor das estrelas, pois esse brilho eu deixei com a paz do passado, eternamente esquecido no céu franco do interior, junto com as frutas sempre maduras que roubei do pé e com as memórias coloridas de quando eu ainda era criança, de joelho ralado e humano.Hoje sou Fast Food, Flex, High Tech, Full HD e até digital, mas infelizmente não sei a enorme diferença entre uma orquídea e um girassol. Hoje sou SMS de poucos caracteres, e-mail objetivo, parabéns no Facebook, mas nunca saberei o odor sinestésico e inexplicável que tem uma carta escrita a mão. Sou o beijo de tchau que nem ousa encostar o lábio na bochecha do receptor, sou o bom-dia nunca dito para o vizinho de elevador, sou também o esbarrão na rua lotada de outros como eu, seres cuja palavra desculpa sumiu do léxico. Sou um livro egoísta de autoajuda que não lê mais poesia. Sou preconceito de tudo que não sou e não tenho coragem de ser. Perdi a sensibilidade pouco a pouco e quando percebi, deixei de ser.Não deixe de sofrer toda vez, das muitas vezes que infelizmente ainda verá uma criança com cara de sarjeta e se puder ajude-a, você pode não ter dinheiro, mas sempre terá um estoque infinito de abraços. Se amar alguém, diga logo, não repita isso milhões de vezes, achando que assim manterá essa pessoa ao teu lado, mas diga, pois a vida não avisará a hora de dizer “The End”. Pare de brigar com tua mãe porque ela te liga duzentas vezes por dia, certas coisas não mudarão. Não tenha vergonha de beijar teu pai no rosto, beijar com gosto, se possível na frente do mundo todo, repito: a vida não pede licença quando quer levar alguém. Leia muita poesia, embrenhe-se na selva de palavras quando quiser fugir do caos, absorva toda emoção que puder, seja homem ou seja mulher, mas seja sensível.Deixe que tomem seu relógio caro e sua mala cheia de dólares, mas se alguém um dia anunciar assalto, encostar uma arma no teu peito e tentar roubar a sensibilidade que lhe resta, reaja com unhas e dentes, pois perdê-la será seu maior risco de morte.