sexta-feira, 20 de junho de 2014

Tragédia é uma arte quando transformada em comédia

Você, provavelmente, deve conhecer pessoas que dominam a admirável arte de fabricar gargalhadas utilizando, como matéria-prima, o próprio tombo. Não conhece? NÃO? Então você não sabe o que está perdendo. Conheci um cara que foi atropelado por um fusca e que, devido ao acidente, perdeu metade da orelha. Ele passou uma semana de molho em um quarto de hospital, e, quando finalmente voltou à faculdade, ao invés de choramingar ou de reclamar das pegadinhas do acaso, disse: “Foi, com certeza, bem melhor do que ter lutado contra o Holyfield!”. Todos riram imediatamente, e, de uma experiência horrível como um atropelamento, ele fez diversão gratuita para mais de trinta pessoas. E o bom humor não parou por aí: o recém-atropelado ainda olhou, fixamente, para uma moça que já havia dado um fora nele, e falou: “Pronto, amor, agora eu já tirei o pedaço da orelha do qual você não gostava!”. Ela riu. Todos riram. Eu deveria ter aplaudido. Não sei se ele conquistou o coração da moça, mas, graças ao bom humor, com certeza conquistou o meu eterno respeito e a minha imensa admiração. Ele poderia – como vejo muito por aí – ter dado uma de coitado e ter feito um daqueles discursos tecidos para gerar um bocado de pena. Só que não! Ele, magistralmente, demonstrou que é do tipo que pode até perder um pedaço da orelha, mas que nunca, por nada na vida, perderá a chance de fazer o povo sorrir. Palmas para ele. É sério, gente, por favor, batam palmas. O moço com uma orelha e meia não é único exemplo de gente que, quando cai, ainda do chão, faz com que uma multidão gargalhe a ponto de cair na calçada. Conheci um cara com hemorroidas sérias – daquelas que arrancam lágrimas a cada sentada e que obrigariam até o indestrutível Chuck Norris a dormir de bruços -, porém, o cidadão do cu sofrido, ao invés de lamentações, em um pequeno boteco de Minas Gerais, quase me matou de rir quando, repentinamente, parou de falar sobre futebol e confessou ter tal fragilidade anal. Ele usou a dor que ronda o boga dele para fazer com que muitas barrigas doessem de tanto rir. Não é genial? Espero que ele tenha melhorado das hemorroidas, mas que nunca pare de confessar, publicamente, o quanto uma gotinha de Tabasco pode ser pior do que a vida de novato com bunda sem pelos dentro de uma cadeia. Sempre que quero gerar risos, eu conto sobre uma dentada acidental que levei em partes não tão fofas, ou da luva látex na hora H e que me fez deixar o motel mais cabisbaixa do que os jogadores espanhóis depois da derrota para o Chile. Eu, sinceramente, espero que você utilize aquilo que um dia fez você chorar para fazer com que, um dia, alguém dê boas risadas. Nunca vou me esquecer do dia em que fomos (eu e mais uma galera) assaltados em Ubatuba e de amigo que, assim que os bandidos deixaram a casa na qual estávamos, com o intuito de mandar as caras de velório para puta que o pariu, imediatamente reacendeu a churrasqueira e ligou o som. Os ladrões já tinham partido com os nossos celulares, tênis e relógios, mas meu amigo, sabiamente, impediu que os homens encapuzados levassem também a nossa alegria. Ou acha que deveríamos ter ficado, pelo resto da viagem, aos prantos e em luto pelo ocorrido? Nada disso! E ele, o herói churrasqueiro, para transformar as últimas lágrimas em sorrisos, ainda disse: “A vantagem é que, se formos assaltados novamente, não teremos mais nada a entregar!”. É sábio ou não é? Além de importantes aprendizados, se quer tirar algo de bom dos inevitáveis dias ruins, aprenda a transformá-los em piadas e em momentos bons para aqueles que você quer bem. Pessoas bem-humoradas acham graça em pneus furados, dão risada da própria careca e não param de dançar quando a calça rasga bem no meio da bunda! Ou seja: salvam qualquer rolê! Já as pessoas que reclamam de tudo, meus caros, são mais contagiosas do que conjuntivite, e, quando são nocauteadas pela vida, fazem o possível para levar, com eles, o mundo todo para a lona. Por isso, quando eu morrer, exijo que, em minha lápide, escrevam: “Marilyn Monroe, prepare uma calcinha de bolinhas, pois eu já estou chegando!“. Ou acha que eu vou querer provocar lágrimas em quem, sempre que posso, faço questão de fazer rir?

Seu dia de Summer chegou!

Um dia você vai virar pra pessoa e vai dizer que queria mesmo, queria com todas as suas forças, que pensava que ia fazer acontecer como num passe de mágica se desejasse de verdade e por isso fechava os olhos enquanto a beijava, pra ver se atendiam o seu pedido de olhos cerrados. Você vai dizer pra ela que não premeditou nada e que talvez não devesse se sentir culpada, mas ela faz com que você se sinta. Faz com que você sinta o peso de deixar alguém que poderia ter sido perfeita pra você ir embora, mas diz o que eu deveria fazer? Diz pra ela que não é você quem se controla e que você é uma cria do mundo e o universo é quem responde, que teu nome foi riscado e reescrito no meio de encontros e acasos e vai embora sem pedir desculpas. Você vai se ver trancada dentro de um quarto cheio de histórias que batem feito sinos na sua cabeça. E dilemas. Milhares de dilemas múltiplos de 7 que tornam a tabuada muito mais difícil. Por um lado, você acordou e descobriu que não era ela, que não era aquela vida, que ela não tinha engatilhado nenhum clique em você. Que as coisas eram boas, razoáveis, feito telas semi-preenchidas em uma aquarela funcional. Vai se perguntar o que tem de errado, pra descobrir mais tarde que não tinha nada de errado em não estar feliz. Por outro lado não há nada de errado e ela faz cafuné, gosta tanto de você que finge te entender e diz que você é a responsável pela felicidade dela. A espinha vai gelar. Você vai se perguntar por que ela diz isso se você nunca disse nada. Disse que ficaria por aqui e que agiria de forma natural e ela interpretou isso em códigos estranhos que estragaram a mensagem. Ela vai achar que você a enganou o tempo todo e que montou cenário com plateia arredia pra ela não conseguir notar. Que esperou pra ver a cortina levantando e o público acenando e rindo dela, como numa comédia-pastelão-show-de-Truman-tragédia-grega. Você vai se sentir mal, mas vai tomar alguma decisão meio assim, meio “preciso ser feliz e meu lugar não é aqui”. Vai olhar pra trás e ver que não prometeu nada e nunca pediu nada demais. Vai perceber que só queria tentar um amor e descobriu que não era isso. Vai agradecer pela estadia e dizer que vai embora porque não quer arrastá-la como peso morto. Vai dizer que o verão já acabou e que, se ela quiser, o outono fica logo à frente. E talvez seus amigos vão digam que ela era legal demais, gentil demais, boa demais pra você. E os amigos dela vão te pregar pra cruz e dizer que você só era uma vadia sem coração que estragou a vida a sua vida. Ela vai quase morrer de amores pra descobrir que só se morre de amor no cinema. E você vai entender que isso não tem a ver com ser egoísta, com enganar alguém ou com não ter coração. Você vai ser uma Summer algum dia. E vai entender cada parte dela como se doesse dentro de você. Vai ver o lado dela e, caramba, ela é tão humana quanto você. E justamente por ter coração demais é que deixou uma história de contos de fadas pra trás pra tentar ser feliz numa história que ainda não tinha sido escrita, numa história que talvez só fizesse sentido numa outra estação.

Happy Birthday, my dear!

Feliz aniversário pra você e parabéns pra mim. Por ter te beijado debaixo da casa das rosas num dia quase perdido (se não fosse você pra me salvar). Por ter te enxergado de maneiras não óbvias e ter reconhecido em você os meus opostos mais bonitos e esclarecidos em forma de caos. Por ter insistido em te encontrar numa lugar qualquer e pegar um lápis pra te escrever desde que pus meus olhos em você.Feliz aniversário pra você e parabéns pra mim. Por ter viajado de um canto do mundo pro outro pra salvar a gente. Por ter esperado pra acordar do teu lado e ouvir um bom dia com gosto de eu-nunca-vou-deixar-você-não-importa-o-jeito-que-for. Por ter entendido que a gente se cruza, se esbarra, se desentende, separa e segue a vida por lados diferentes sem talvez não nos encontrarmos. Por ter preparado a vida com café, açúcar e adoçante pra te receber se um dia você me visitar.Feliz aniversário pra você e parabéns pra mim. Por ter aprendido um pouco sobre gentileza com os seus gestos, por gostar mais de cachorros porque você os ama, por pensar mais nos outros e nas ações que a gente realiza no mundo pelo seu sonho de trabalhar com causas humanitárias. Por ter dado mais valor a trilhas sonoras e momentos marcados por música. Por saber ler sinais de tempestade de longe, como eu sempre li os seus, my dear.Feliz aniversário pra você e parabéns pra mim. Por nunca ter comemorado com você porque a gente sempre desalinhava os planetas antes da hora certa. Por ter sido um ciclo vicioso que se acabou. Por ter sido transformado, mesmo que por um minuto ou um dia, na mulher da vida de alguém. Por enxergar esperança em mim até quando eu mesma não teria tido nada além de medo. Por me entender melhor e saber que eu podia sempre ligar pra você pra me entender mais ainda.Feliz aniversário pra você e parabéns pra mim. Por conhecer mais sobre signos e pessoas, Zona Norte e Zona Sul, saudades e angústia, peito pesado e alívio no telefone, compartilhar e ser feliz. Parabéns pra mim por ter tido você, por ter sido você, por ter vivido você. Por ter tido a certeza de que você foi a mulher que expandiu minha vida. Por ter escrito sobre você em todas as minhas entrelinhas e, olha, nas linhas que nunca escrevi também. Por entender que alguns amores nunca terminam, mas simplesmente adormecem. Feliz aniversário, my dear.

Será que é hora de mudar tudo, outra vez?

Você muda de ares, de corte de cabelo, de endereço, de companhia, de cidade, de trabalho. Muda tudo. Então, você se enche de entusiasmo e parece ter uma energia inacabável. Tudo ganha novos contornos e você pensa: “finalmente estou onde devia estar". Daí o tempo passa. O ar parece pesado, o corte de cabelo não assenta mais, o endereço não é dos melhores, as companhias revelam seus lados não bonitos, a cidade já não tem tantos atrativos, o trabalho parece mais do mesmo. Então, você se sente no vazio, sem força para nada. Tudo parece como era antes, ou até pior, e você pensa: “preciso mudar tudo de novo”. Conhece o enredo? Consegue adivinhar as cenas dos próximos capítulos? Talvez tenha faltado o aviso de que mudar é bom, mudar é ótimo, desde que a gente mude do jeito certo e as coisas certas. Muitas vezes o que precisa ser mudado é a nossa crença de que não pode haver vazios ou de que a gente precisa estar sempre se sentindo abarrotado para estar satisfeito. Podemos suportar (e acredite, você pode até desfrutar) um pouco de silêncio, de “não sei”, de simplesmente estar presente sem milhões de planos para o próximo passo, e isso é bom. Mudar a necessidade e a obrigação de estar sempre eufórico e sair bem na foto, caso contrário, a gente nunca vai chegar à colheita. Vai estar sempre correndo atrás do próximo ponto mais alto da montanha-russa, que vai ser sempre seguido de pontos muito baixos – viagem maluca que pode ser uma delícia quando se está no parque de diversões, mas é insustentável quando passa a acontecer no nosso mundo emocional. Mudar o foco excessivo no externo e observar o mundo interno: “o que estou precisando encarar dentro de mim? O que precisa de reparos, mudança e novos ares aqui dentro? O que estou relutando em encarar e que me faz dar procurar tantas coisas do lado de fora? Que fome real eu preciso aplacar?” Mudar nossa tendência em encontrar culpados e pontos falhos, passar a enxergar o que há de bom, o que há de positivo, o que há de potencial. Mudar também o foco excessivo no próprio umbigo, ver que existem milhões de oportunidades, acontecimentos e vida latente ao nosso redor. Mudar a vibração que mantemos em cada situação e ambiente, escolher o tom, ao invés de ter de sempre recomeçar do zero quando algo não nos agrada. Experimentar começar de onde está. Mudar a crença de que as coisas vão lhe abastecer e começar a se responsabilizar por sua energia. Na real não há um reservatório, você é que precisa gerar sua energia e fazer a manutenção do que alcançou. E se, antes de soar o alarme de incêndio, você simplesmente respirasse fundo e se perguntasse, esperando a resposta vir da parte mais profunda de si: “o que eu realmente quero e do que preciso agora?” Talvez a resposta até seja mudança de ares, mas aí já não será no ritmo de quem foge de um incêndio, mas sim de alguém que se prepara para uma jornada. Sem fuga, mas uma decisão de fazer uma passagem, onde se pode curtir cada passo da caminhada, sem a ânsia pelo pote de ouro ao final do arco-íris. Segredo a ser descoberto, que é a ironia de tudo, é que o pote de ouro costuma estar bem mais perto do que a gente imagina. Talvez nem seja bem o pote de ouro a recompensa, e sim o arco-íris ao longo do caminho. Mas a gente se distrai. Por: Juliana Garcia. Via: Entre Todas as Coisas

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Corações em Fuga

Certas pessoas simplesmente não conseguem se relacionar de forma duradoura. São corações eternamente em fuga. Como a moça de quem me falaram outro dia: aos 20 e poucos anos, depois de uma dezena de relacionamentos pueris, anunciou aos amigos que estava decidida a sossegar, casar e ter filhos. Logo em seguida, ela se apaixonou perdidamente... por um cara casado e pai de dois filhos pequenos. Seus planos de iniciar um relacionamento maduro, estável e tranquilo foram adiados, mais uma vez. Essa moça, assim com tantas outras e tantos outros, vive um conflito permanente entre aquilo que gostaria de fazer e aquilo que realmente faz. Ou, posto de outra forma, entre aquilo que ela é e aquilo que gostaria de ser. Cada vez que tem a chance de construir a relação duradoura que diz desejar, ela inventa algo mais importante para fazer, em geral uma paixão inesperada e impossível. A situação não a deixa infeliz, mas faz com que viva com culpa: o que há de errado com ela que não consegue fazer como todo mundo? Talvez não haja nada errado. É fácil fazer planos bonitos que combinam com aquilo que a sociedade, a família e os amigos esperam de nós. Aquilo que nós mesmos esperamos, na verdade. Mas, na hora de transformar os planos em realidade, muitas vezes não funciona. Pode ser medo e autosabotagem, mas pode ser, também, que esses projetos colidam com a nossa verdadeira natureza. Nem todo mundo foi feito para viver em família. Nem todos nasceram para voltar aos mesmos braços todas as noites. Ou, pelo menos, nem todo mundo está pronto para isso, ainda. Se fosse diferente, estaríamos todos, sem exceção, nos preparando para celebrar amanhã, como casal, o Dia dos Namorados. Mas esse não é o caso para milhões. Se abandonarmos as críticas moralistas ou ingênuas ao comportamento dos outros, seremos forçados a admitir que um mesmo conflito habite cada um de nós. De um lado, está o desejo de arrumar uma alma-espelho que seja o nosso par inseparável, capaz de resolver nossas carências e alimentar nossa libido. Nosso grande e imorrível amor. De outro, a sensação de que a vida é curta e deveria ser aproveitada em total liberdade, com o maior número de parceiros e de aventuras possível. A maioria decide pela estabilidade sem pensar muito, e vive as contradições inevitáveis. Outros, um grupo pequeno, resolve que vai ficar avulso. E um bom número oscila entre uma coisa e outra, como a moça que abre esse texto. Vivem de um jeito, mas sentem que a virtude está no outro. Eles não conseguem se decidir e nem se aquietar. Às vezes forçam a barra para se integrar à maioria, mas logo retornam ao seu estilo natural de viver e de sentir. Outras vezes, fazem, sem refletir, coisas que parecem pensadas de propósito para causar decepção e afastamento em quem tenta se aproximar. Estabilidade afetiva não se improvisa e nem se finge, embora se alcance. Tenho visto gente que depois de anos batendo cabeça encontrou um romance duradouro, desses que permite alugar uma casa e partilhar o plano de saúde. Ter filhos também. Quero pensar que estão felizes. A vida, afinal, não vem pronta e simples para todos. Às vezes é preciso andar muito e testar bastante antes de chegar a um lugar, ou a uma pessoa, que nos faça sentir em casa. O tempo nos muda, as circunstâncias nos moldam. Tornamos-nos melhores na arte de viver e partilhar, e isso permite encontros que antes seriam impossíveis. Grandes encontros. Dito isso, acho que é preciso evitar julgamentos. Não existe uma única forma aceitável de viver. Muita gente escolherá ficar avulsa, e ponto. Outros oscilarão permanentemente entre o singular e o plural: pelo gosto da aventura, pela incompatibilidade com a estabilidade, até pela incapacidade de renunciar, definitivamente, ao sonho de Cinderela e Príncipe Encantado. Não há problema nisso. O amor, esse que nos motiva, esse que nos atormenta também, cuja ausência nos enche de culpa e frustração, não existe de uma única maneira. Cada um de nós tem o direito de inventá-lo de acordo com a sua personalidade e seu desejo. Ou reinventá-lo, seguidamente, com outras pessoas e em outras circunstâncias, toda vez que isso for necessário. Ou, mais exatamente, toda vez que se tornar inevitável seguir em frente.

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Partiu

Minha bagagem emocional é pesada pra caralho. Não que a sua não seja. O ponto é que cada um carrega aquilo que pode e eu só recebi um saco plástico, desses de supermercado. Mal chego até a esquina e a porcaria do saco fura, rasga, me deixa na mão. Cai tudo e ninguém me ajuda a catar. Todo mundo olha, com tom de reprovação, mas ninguém ajuda. Enquanto as pessoas desfilam por aí com malas de rodinha e bolsas Louis Vuitton, eu arrasto sacos plásticos negros que não aguentam nada. Sempre sabem o que levo pra cá e pra lá. Os sacos transparentes e rasgados denunciam minhas escolhas. Sou uma pessoa bacana que paga as próprias contas, visita a avó 5 vezes na semana e de vez em quando colabora com alguma ONG, mas a bagagem emocional exposta e pesada atrapalha, limita, condena. Já li Clarice Lispector, gosto de Caetano e Chico e nunca, nunca saio de casa de Crocs. De nada vale quando percebem que junto comigo há uma bagagem emocional maior que eu mesma. Não sonho com bolsas de marca ou malas de rodinha. O que eu queria, o que eu realmente queria, era alguém com quem pudesse dividir esse peso todo bem longe daqui.