terça-feira, 31 de julho de 2012

Eu nunca quis um amor perfeito

Ainda que fosse só a boa conversa, a química eletrizante, o sexo livre. Ainda que fosse só a atração física, a admiração das ideias ou os beijos encaixados. Você já me valeria a pena. Mas não é. Tem isso e ainda todo o resto. Escuto as pessoas se queixarem repetidamente que o amor completo anda escasso no mercado. Encontra-se, às vezes, só a beleza, a afinidade ou o corpo. Falta o resto. Ou ainda, a paciência, o companheirismo, o aconchego. Mas a incompletude, ainda sim, reina. E os pessimistas, dizem que não é possível achar alguém do jeitinho que você quer. Alguém que te complete, que te baste, que te encante repetidamente. Eu, insisto no contrário. Porque amores incompletos, não saciam a fome. É como uma dieta só de proteína – você se sustenta por um tempo, se engana, inventa que o buraco no estômago está saciado – bebe água, bebi um destilado fatal. Mas, a falta de carboidrato, cedo ou tarde, pega. E você volta pro início. Eu nunca quis um amor perfeito. Sempre quis mesmo foi um amor cheio de erros, que vão sendo alinhados durante o caminho. Porque se tudo já começa certo, não vive-se o prazer da vitória. Sempre quis um amor quentinho, daqueles de aconchego no fim de tarde, de colo depois de um dia de cão, de beijo no nariz ao acordar. Sempre quis um amor livre – sem a ideia desajustada que um pertence ao outro. Com menos regras ditadas – e mais pontos de vista ouvidos. Sempre quis alguém com o qual pudesse fazer sexo sem regras – em nome das descobertas. Porque sexo bom de verdade, é aquele com instinto e sem razão. Sempre quis um amor com respeito. Não daquele tipo das “moças de respeito” que querem seu patrimônio corporal preservado. Sempre quis aquele respeito que te permite ver o outro como um outro ser – cheio de vontades e desejos. Respeito é aceitar que o outro é diferente de você. Sempre quis um amor que me fizesse crescer. Por que o essencial, faculdade nenhuma ensina. O essencial aprende-se na troca de ideias, no debate, nos pontos de vista trocados. Sempre quis um amor que me valorizasse. Não somente pelas coisas cotidianas, mas principalmente pelas qualidades que poucos enxergam. Sempre quis um amor que me enxergasse. Mas não que enxergasse somente as coisas óbvias – porque, de obviedades, a vida está cheia. Sempre quis alguém que me enxergasse lá no fundo – e, ainda, sim, gostasse de mim. Sempre quis alguém que quisesse ouvir verdades – e falar, também, na mesma proporção. Porque meias-verdades não interessam. Difícil mesmo é achar alguém que esteja pronto pra ouvir até o mais pesado, até o mais doído e retribuir na mesma moeda. Sempre quis alguém que me achasse gostosa – mas que entendesse que gostosura, mora mesmo nas entrelinhas. Sempre quis um amor que me mostrasse caminhos – invés de impor trajetórias. Sempre quis um amor que não me reprimisse – pelo contrário, que me provocasse para que eu conseguisse mostrar o que vive escondido lá no fundo. Sempre quis um amor que sonhasse. E que corresse atrás dos sonhos comigo. Não por imposição, mas por vontade de seguir a mesma trilha. Sempre quis alguém que não tivesse jeito pra joguinhos. Porque deles, eu já me desencantei na adolescência. Sempre quis alguém que me ganhasse nos detalhes. Alguém ao qual eu não conseguisse resistir. Alguém que trouxesse brilho pros meus olhos a cada nova atitude, a cada nova ideia a cada novo sorriso. Sempre quis alguém pra ficar junto – alguém que entendesse que pra estar junto não é preciso estar perto o tempo todo, mas sim do lado de dentro. Por que a proximidade física nem sempre completa tanto quanto a do coração. E não sei se foi por insistência ou merecimento – mas esse amor veio antes do esperado, contrariando os que diriam que amor completo é coisa rara. E hoje, entendo, que o amor bom é o amor livre – que se recicla todos os dias como energia renovável. O quanto vai durar – não sei. Prefiro a provisoriedade completa, do que a permeabilidade vazia.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Minha forma de dizer eu te amo.

“Eu te amo.” É isso que deseja ouvir? Então repito: “Eu te amo!” Está contente agora? Se quiser eu grito na frente de todo o pessoal do escritório, quer? “EU TE AMO!” Mais alto? “EU TE AMO, PORRA!” É isso que espera de mim? Uma mulher incapaz de desligar o telefone sem dizer “Eu também te amo”. Acha que amar é isso? Pensa que não há prova de amor maior do que essas míseras palavrinhas repetidas até a exaustão de sentido? Desculpe a demasiada sinceridade, mas você precisa prestar mais atenção nos meus atos, perceber que me calo só para respeitar sua ânsia de falar, reparar que meus olhos estão sempre focados nas curvas do seu corpo, enxergar o quanto eu sofro quando você fica triste e notar a força que faço para te abraçar enquanto você sente dor. Você precisa parar de perder tempo esperando por declarações de amor Hollywoodianas e aí então começará a entender as inúmeras ações simples que demonstram o quanto eu sou completamente maluca por você. Só assim valorizará a paciência que tive quando você estava totalmente possuída pelo espírito maligno da TPM e injustamente me acusou de ser a causa da sua irritação, e de os problemas existentes na humanidade. Para saber o que realmente sinto, você precisa relembrar dos dias que me pintei de palhaço só para tentar te alegrar, enquanto todo o mundo parecia não ter a menor graça – mesmo não sendo comediante, tomei muitas tortadas na cara pra conseguir uma gargalhada sua. Será que não percebe? Você precisa saber que visto o avental de cozinheira só pelo imenso prazer de te ver sorrindo satisfeita. Torço calada para acertar de novo o brigadeiro que aprendi a fazer somente para te agradar. Eu não gosto de cozinhar. Quando estou sozinha em casa, prefiro comer comida velha ou pedir pizza, mas só por você meto a mão na massa, na farinha e até no fogo se precisar. Você precisa entender que só por você eu tenho forças para enfrentar meus medos, para então ser capaz de manter minha mão firme, controlar meus tremores e com isso, te transmitir a coragem necessária para que você possa atravessar as mais violentas turbulências. Eu carrego as suas coisas, sinto no meu peito as suas dores, ando pela madrugada enquanto dorme tranquila e sonha, espero horas até você decidir sair da cama, no restaurante te dou meu prato quando não gosta do seu, enfim, faço tudo isso para perceber o quanto eu te amo, mesmo quando eu não digo nada. Por isso minha ilustre leitora, se você é uma daquelas mulheres que não desliga o telefone enquanto não ouve o famoso “eu te amo”, informo que você está totalmente vulnerável as mais simples técnicas de manipulação verbal, pois qualquer pessoa pode fazer, robô programado para fingir e papagaio treinado para repetir, poderá facilmente desferir essas palavrinhas mágicas e potencialmente afrouxadoras de sutiãs. Quer saber mesmo o que eu acho? O “eu te amo” é mera formalidade, é apenas uma expressão opcional e até dispensável em um relacionamento no qual o amor é verdadeiramente provado através da compreensão, do compartilhamento e até do silêncio. Talvez o segredo esteja mesmo em não procurar pessoas capazes de dizer “eu te amo” em várias línguas, mas buscar pessoas que consigam dizer essa mesma expressão sem precisar abrir a boca. Pode até dizer que isso tudo aqui nada mais é que uma poesia, mas no meu mundo, poesia é você sorrindo. O resto são palavras em comum.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

:)

Cores, flores, leveza, estrelas, doçura, nuvens e sorrisos. Sei que eu repito essas palavras muitas vezes, em todas as frases, em todos os textos. É que meus dias têm sido desse jeito, compostos por essas delicadezas. Feitos dessas bonitezas da vida, que fazem tudo parecer mais...leve. Que Deus permita que eu siga bordando meus versos com milhares de cores e flores, e lindezas, assim. Transformando passado em poesia, desenhando no presente, um futuro mais bonito, e doce, enfeitado de energia boa, de fé. Comecei então a procurar sorrisos, para descobrir o que fazia cada uma daquelas pessoas felizes. Observei por um bom tempo uma mulher de aproximadamente 40 anos, que aprendia a andar de bicicleta. Ao errar e quase cair, ela sorria, meio sem jeito, talvez com vergonha das pessoas que caminhavam naquele parque. Sua felicidade era quando conseguia pedalar alguns metros. E isso eu via no brilho dos olhos dela. Uma criança descalça, na beira do lago. Olhava para os seus pés e divertia-se com a sensação do chão crescer macio sob eles... Não se importava em sujar a barra da calça, só queria ‘sentir’. Outra garotinha saboreava um algodão doce e, com uma olhar inocente, brincava com a leveza do açúcar em forma de nuvem. Aliás, acho mesmo que as crianças sejam mais felizes que nós: são puras, podem enxergar a felicidade nas pequenas coisas, como alimentar os pombos ou soltar pipas. Eu plantei um pé de amor, pra colher sorrisos. De nada adiantou. O vento, de tempo em tempo, desfacelou as flores, os frutos e os galhos. Só que tem uma coisa: O meu amor continua de pé, com uma bandeira hasteada no meio. É proibido não ter esperanças porque é Julho e o tempo pode tudo praquele que crê. E eu creio em dias azuis, cheios de paz dentro. Com crianças correndo no parque, casais de mãos dadas à luz do sol, de uma manhã clarinha. Acredito na força dos sentimentos bons, na energia positiva e na colheita dos sonhos, que chega sempre nas mãos de quem semeia o bem, de quem espalha pólem de luz e alegrias miúdas. Acredito que a bondade tem voz e acredito, também, num HOJE maior que o ontem e que o amanhã. Acredito na beleza e força de um sorriso, no encanto e energia das palavras. Acredito num Deus que tudo vê e que tudo ampara, da maneira correta e no tempo exato. Acredito na bondade sem disfarce, nos rostos sem máscaras e doses de paciência que removem montanhas, no carinho e na amizade. Creio na palavra que cura, nas canções que embalam sonhos, nos risos gratuitos, na bússula do lado esquerdo que sempre indica o caminho. Eu nasci pra acreditar. E esperança, minha gente, é o que anda comigo.

terça-feira, 24 de julho de 2012

Liberte o Charlie Sheen que existe dentro de você

Não coma gordura, coma fibras. Não ligue para ela no dia seguinte, espere até quarta-feira. Não beba álcool, beba água. Durma no mínimo oito horas por dia. Não fale palavrão. Economize mais dinheiro. Pense mais no seu futuro. Raciocine melhor antes de falar. É tanta proibição que às vezes até essa existência maravilhosa me parece um pouco monótona, sufocante, sem sal e demasiadamente engravatada. Será que é realmente preciso viver todo dia num militarismo tão rígido assim? E daí que hoje você vai atrasar cinco minutos? O importante é conseguir chegar sorrindo e se possível cantando para todo mundo ouvir. Existem dias nos quais precisamos esquecer a porra do filtro solar e libertar um pouco do Charlie Sheen que existe dentro de cada um de nós. A vida é incrivelmente curta para ser levada tão a sério. E quer saber? Não vejo motivo pequeno demais que não possa servir como estopim para o início de uma grande comemoração. Vamos brindar e precisa ser agora! Não estou dizendo para sair por aí loucamente, incendiando quartos de hotéis ou acreditando que em suas veias corre sangue de tigre. Nem estou sugerindo que você troque o leite por uísque no café da manhã. Não é nada disso. Não quero que você se torne o inimigo número um da lei ou que durma numa cela esta noite, apenas sugiro que aumente o volume do seu Rock’n’Roll, que saia mais de casa e perceba de uma vez por todas o quanto a vida é geralmente muito mais descomplicada do que insistimos em torná-la com nosso mar de reclamações diárias. Se for pra comemorar, faça como o Charlie Sheen. Não aceite nada menos do que uma festa épica com uma semana de duração. Aproveite melhor seu tempo e, se puder, seja lembrado pelas suas gargalhadas e não pelo seu mau humor. Sinto informar-lhe, mas seu coração infelizmente um dia vai parar sem qualquer aviso prévio, por isso meu amigo, não tenha tanto medo da chuva, nem guarde essas palavras lindas somente para você. Amanhã pode ser tarde demais para pegar sua avó no colo e agradecê-la com mil beijos pelos tantos bolos gostosos que ela fez só para te ver sorrir. Amanhã, você pode não ter mais tempo para dizer a sua amada o quanto você gosta de esquentar- lhe os pés debaixo do edredom. Amanhã, pode ser que você não consiga nem mesmo escrever um bilhete, apenas para dizer à sua mãe o quanto você a admira e sente-se grato por tudo que ela lhe fez, faz e se puder ainda fará. Quando foi seu último porre? Não lembra? Que tal abrir uma garrafa de algo bem alcóolico e brindar a imensidão da vida com o maior número de amigos que conseguir reunir no bar mais próximo? Provavelmente, você irá sentir uma imensa vontade de dizer o quanto essas pessoas são importantes na sua vida e quer saber? Faça como os bêbados fazem: repita inúmeras vezes o quanto cada amigo seu é imprescindível para sua sobrevivência de sua alegria! Diga na cara deles o quanto você os acha foda. Abrace-os até quase quebrar-lhes os ossos e relembre com eles os bons momentos que viveram juntos. Ria até perder o fôlego ou chore, se essa for sua vontade. Homens também choram! Não tenha vergonha de derramar uma lágrima e sim de não achar nada minimamente emocionante. Lembre-se sempre que morrer não é algo opcional, mas que viver de verdade é, com toda certeza. Por isso, insira uns dias “à La Charlie Sheen” na sua rotina robótica, quebre algumas regras, esteja preparado para enfrentar as mais violentas ressacas e, se possível, tente lembrar os bons momentos no dia seguinte. Se não conseguir, pergunte a um amigo ou aguarde as fotos no Facebook. Um pouco mais de leveza, é disso o que todos nós precisamos.

domingo, 22 de julho de 2012

Metamorfose Ambulante

Não é de hoje que eu tenho escutado, e lido muito as famosas frases: "Nossa como você mudou", "Você tá tão diferente", " O que aconteceu pra você tá assim?". Na moral, eu tô cansada desse tipo de frase. Eu não pergunto por que você não se muda pra Puta que o Pariu, então, custa deixar um pouco a minha privacidade intacta?Tudo nessa vida de meu Deus muda. O mundo está propicio a mudanças constantes em pequenas e grandes proporções, que podem (ou não) mexer com a sua vidinha pacata e curiosa.Quanto mais impertinente, maior prazer me dá. O que é impertinente? O que poucos entendem e ninguém gosta. Significa que é novo. O mundo detesta mudanças e, no entanto, é a única coisa que traz progresso, evolução.A evolução pessoal surge quando há mudança comportamento. Há um momento na vida da pessoa que ela escolhe ter determinadas atitudes que ela mesmo sabe não serem corretas. Fui criada perante os mandamentos de Deus e sua imagem, disso trouxe a mim o que era certo e errado. E o que eu acho que eu estou fazendo agora, pra mim é certo. Não estranhe a minha mudança de comportamento e não me pergunte por que. Eu não serei a mesma para sempre. Com o tempo aprendi a valorizar somente as pessoas que me fazem bem, percebi que nem sempre podemos dedicar o meu melhor à todos, mas isso não significa que errei ao escolher os amigos, apenas quer dizer que tudo tem seu tempo, que a vida é feita por capítulos, etapas, e essas são concluídas com o passar dos anos, mas a todos aqueles que me afastei e que se afastaram de mim, que o tempo foi injusto e colocou um muro entre nós, estejam certos que se eu te dei minha amizade, foi verdadeira. As nuvens mudam sempre de posição, mas são sempre nuvens no céu. E assim que eu acho que devo ser todo dia, mutante, porém, leal com o que penso e sonho. Lembro-me que tudo se desmancha no ar, menos os pensamentos. Claro que qualquer mudança, mesmo uma mudança para melhor, é sempre acompanhada de inconvenientes e desconfortos. E sabendo disso, procuro minimizar sempre os mesmos, sabendo que não há como controla-los. Preciso sempre mudar, me renovar, rejuvenescer. Caso contrário, endureço. Então, eu prefiro ser essa metamorfose ambulante.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Mente Off!

O meu mundo é movido pela curiosidade, mas muita curiosidade pode pará-lo, isso se já não o parou. Cansei de ser curiosa, e resolvi experimentar deixar a minha cabeça na ausência de pensamentos, sejam eles quais forem. No momento em que tomei essa decisão, logo percebi: Falta de ocupação não é repouso; uma mente absolutamente vazia vive angustiada. Minha mente, oficina do diabo. Será? Não creio. Minha mente não anda sendo usada nem como oficina, fábrica, ou qualquer coisa do gênero. Os pensamentos tem passado longe dela, tanto os do bem, quanto os do mal - mesmo havendo pessoa que não acreditem nisso. Posso ter defeitos, viver ansiosa e ficar irritada algumas vezes, mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo. E que posso evitar que ela vá à falência. Pensar é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. Pensar é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida. Pensar é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um “não”. É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta. Ao pensar aprendi a construir todas estradas que estou hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os meus planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão. Depois de um tempo, aprendi que o sol queima se ficar exposto por muito tempo. Aprendi que não importa o quanto me importe, algumas pessoas simplesmente não se importam... Aceitei que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai me ferir de vez em quando e eu precisarei perdoá-la, por isso. Aprendi que escrever ao invés de falar pode aliviar dores emocionais. Descobri que se levam anos para se construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e que eu posso fazer coisas em um instante das quais me arrependerei pelo resto da vida. Aprendi que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que eu tenho na vida, mas quem eu tenho na vida. E que bons amigos são a família que me permiti escolher. Aprendi que não tenho que mudar de amigos se compreender que os amigos mudam, percebe que meu melhor amigo e eu podemos fazer qualquer coisa, ou nada, e teremos bons momentos juntos. Descobri que as pessoas com quem eu mais me importo na vida são tomadas de mim muito depressa, por isso sempre devo deixar as pessoas que amo com palavras amorosas, pode ser a última vez que eu as vejamos. Aprendi que as circunstâncias e os ambientes tem influência sobre mim, mas eu sou responsável por mim mesma. Comecei a aprender que não devo me comparar com os outros, mas com o melhor que eu possa ser. Descobri que levo muito tempo para tornar a pessoa que eu quer ser, e que o tempo é curto. Aprendi que não importa onde já cheguei, mas onde estou indo, mas se eu não sei para onde estou indo, qualquer lugar serve. Aprendi que, ou controla meus atos ou eles me controlarão, e que ser flexível não significa ser fraca ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados. E após tudo isso, descobri que deixar de pensar, ser curiosa, é impossível. A curiosidade sobre a vida em todos os aspectos é o segredo das pessoas muito criativas. Só se é curioso na proporção de quanto se é instruído. Há pessoas que desejam saber só por saber, e isso é curiosidade. Outras, para alcançarem fama, e isso é vaidade. Outras, para enriquecerem com a sua ciência, e isso é um negócio torpe. Outras, para serem edificadas, e isso é prudência. Outras, para edificarem os outros, e isso é caridade. E como não ser curiosa? E como não pensar? Segundo o cara mais sábio que eu conheço (meu pai): " O mistério gera curiosidade e a curiosidade é a base do desejo humano para compreender. Morrendo de medo e morrendo de curiosidade. A curiosidade ganha. A curiosidade é uma das características certas e permanentes de um espírito vigoroso." Papai disse que tenho curiosidade pra ser vendida, e pensamentos que nem sempre posso partilhar pelo teor deles. Depois de tanto não pensar, chego a conclusão que a curiosidade pode matar, mas também ensinar, que sonhar é viver, e que pensar é sobreviver.

domingo, 15 de julho de 2012

OCA

Eu viajo nos meus pensamentos, assim que eu fecho os olhos, pra me perder mesmo, e em uma dessas viagens eu fui parar no lugar mais calmo durante o ano todo, a oca do Ibirapuera. O projeto de Oscar Niemeyer para o parque Ibirapuera, traçado em 1951 foi feito para comemorar o quarto centenário que a cidade de São Paulo comemoraria em 1954. Ganhou vida nova, livre dos acréscimos e ocupações inadequados que o tempo se lhe impôs. O lugar é como uma ferida, um coração partido ao qual você se apega pois a dor é boa. Aí eu me lembrei de tudo o que foi dito, de tudo o que foi escrito, e por fim, do nosso último encontro. É sabida a dor que advém de qualquer separação, ainda mais da separação de duas pessoas que se amaram muito e que acreditaram um dia na eternidade deste sentimento. A dor-de-cotovelo corrói milhares de corações de segunda a domingo, principalmente hoje (Domingo), quando quase nada nos distrai de nós mesmos, e a maioria das lágrimas que escorrem é de saudade e de vontade de rebobinar os dias, viver de novo as alegrias perdidas. Eu, acostumada com esta visão dramática da ruptura, foi com surpresa e encantamento que ouvi a sua descrição sobre a nossa separação. Provavelmente nos separamos por que levamos a infecção do outro até aos limites da autenticidade, por que temos coragem de nos olharmos nos olhos e descobrir que o amor de ontem merece mais do que o conforto dos hábitos e o conformismo da complementaridade. A nossa separação foi o ato de absoluta e radical união, a ligação para a eternidade de dois seres que um dia se amaram demasiadamente para poderem amar-se de outra maneira, pequena e mansa, quase vegetal. Só nós dois sabemos que não se trata de sucesso ou fracasso. Só nós dois sabemos que o que se sente não se trata. E é em nome deste intratável que um dia nos fez estremecer que agora nos separamos. Para lá da dilaceração dos dias, dos livros, discos e filmes que nos coloriram a vida, encontramo-nos agora juntos na violência do silêncio, na ausência um do outro como já não nos lembrávamos de ter estado em presença. Despedir-me desse amor é me despedir de mim mesma. É o arremate de uma história que terminou, externamente, sem nossa concordância, mas que precisa também sair de dentro da gente. Gostar de alguém é função do coração, mas esquecer, não. É tarefa da minha e da sua cabecinha, que aliás é nossa em termos: tem alguma coisa lá dentro que age por conta própria, sem dar satisfação. Quem dera um esforço de conscientização resolvesse o assunto. Livrar-se de uma lembrança é um processo lento, impossível de programar. Ninguém consegue tirar alguém da cabeça na hora que quer, e às vezes a única solução é inverter o jogo: em vez de tentar não pensar na pessoa, esgotar a dor. Permitir-se recordar, chorar, ter saudade. Um dia a ferida cicatriza e você, de tão acostumada com ela, acaba por esquecê-la. Com fórceps é que a criatura não sai. Todos queremos que as coisas permaneçam iguais. Aceitamos viver infelizes porque temos medo da mudança, que as coisas acabem em ruínas. Aí, eu olhei esse lugar, o caos que ele suportou, o modo como foi adaptado, queimado, pilhado e depois encontrou uma maneira de ser reconstruído, e eu me tranquilizei. Talvez minha vida não esteja sendo tão caótica. O mundo que é, e a única armadilha real é de nos apegarmos às coisas. A ruína é uma dádiva. A ruína é o caminho que leva à transformação.

domingo, 8 de julho de 2012

Quem sou eu?

Quando não temos nada de prático nos atazanando a vida, a preocupação passa a ser existencial. Pouco importa de onde viemos e para onde vamos, mas quem somos é crucial descobrir.

A gente é o que a gente gosta. A gente é nossa comida preferida, os filmes que a gente curte, os amigos que escolhemos, as roupas que a gente veste, a estação do ano preferida, nosso esporte, as cidades que nos encantam. Você não está fazendo nada agora? Eu idem. Vamos listar quem a gente é: você daí e eu daqui.

Eu sou outono, disparado. E ligeiramente primavera. Estações transitórias.

Sou Woody Allen. Sou Lenny Kravitz. Sou Marilia Gabriela. Sou Nelson Motta. Sou Amy Winehouse. Sou Pablo Neruda. Sou Saramago.

Sou pães, queijos e vinhos, os três alimentos que eu levaria para uma ilha deserta, mas não sou ilha deserta: sou metrópole.

Sou bala azedinha. Sou coca-cola. Sou salada caprese. Sou camarão à baiana. Sou filé com fritas. Sou morango com sorvete de creme. Sou linguado com molho de limão. Sou cachorro-quente só com mostarda e queijo ralado. Do churrasco, sou o pão com alho.

Sou livros. Discos. Dicionários. Sou guias de viagem. Revistas. Sou mapas. Sou Internet. Já fui muito tevê, hoje só um pouco GNT. Rádio. Rock. Lounge. Cinema. Cinema. Cinema. Teatro.

Sou azul. Sou Corinthiana. Sou cabelo liso. Sou jeans. Sou balaio de saldos. Sou ventilador de teto. Sou avião. Sou jeep. Sou bicicleta. Sou à pé.

Você está fazendo sua lista? Tô esperando.

Sou tapetes e panos. Sou abajur. Sou banho tinindo. Hidratantes. Não sou musculação, mas finjo que sou três vezes por semana. Sou mar. Não sou areia. Sou Londres. São Paulo. Santa Catarina. Porto Alegre.

Sou mais cama que mesa, mais dia que noite, mais flor que fruta, mais salgado que doce, mais música que silêncio, mais pizza que banquete, mais caipirinha que champagne. Sou esmalte fraquinho. Sou cara lavada. Sou Mayara. Sou delírio. Sou eu mesma.

Agora é sua vez.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Entre amigos

Para que serve um amigo? Para rachar a gasolina, emprestar a prancha, recomendar um disco, dar carona pra festa, passar cola, caminhar no shopping, segurar a barra. Todas as alternativas estão corretas, porém isso não basta para guardar um amigo do lado esquerdo do peito. Milan Kundera, escritor tcheco, escreveu em seu último livro, "A Identidade", que a amizade é indispensável para o bom funcionamento da memória e para a integridade do próprio eu. Chama os amigos de testemunhas do passado e diz que eles são nosso espelho, que através deles podemos nos olhar. Vai além: diz que toda amizade é uma aliança contra a adversidade, aliança sem a qual o ser humano ficaria desarmado contra seus inimigos. Verdade verdadeira. Amigos recentes custam a perceber essa aliança, não valorizam ainda o que está sendo contruído. São amizades não testadas pelo tempo, não se sabe se enfrentarão com solidez as tempestades ou se serão varridos numa chuva de verão. Veremos. Um amigo não racha apenas a gasolina: racha lembranças, crises de choro, experiências. Racha a culpa, racha segredos. Um amigo não empresta apenas a prancha. Empresta o verbo, empresta o ombro, empresta o tempo, empresta o calor e a jaqueta. Um amigo não recomenda apenas um disco. Recomenda cautela, recomenda um emprego, recomenda um país. Um amigo não dá carona apenas pra festa. Te leva pro mundo dele, e topa conhecer o teu. Um amigo não passa apenas cola. Passa contigo um aperto, passa junto o reveillon. Um amigo não caminha apenas no shopping. Anda em silêncio na dor, entra contigo em campo, sai do fracasso ao teu lado. Um amigo não segura a barra, apenas. Segura a mão, a ausência, segura uma confissão, segura o tranco, o palavrão, segura o elevador. Duas dúzias de amigos assim ninguém tem. Se tiver um, amém. Dedicado a: Rafael Souza, Gilberto de Luna, Helena Leal, Itallo Medeiros, Carina Baraldi, Geovani Rodrigues, Bianca Franzolin, Catarine Ferreira, Vinicius Araújo e Tamara Rodrigues. Vocês não são duas dúzias, mas são os melhores que eu poderia ter.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

O que aprendi sobre relacionamentos (das celebridades)

Qual a receita para a felicidade conjugal? O amor é a causa de boa parte dos nossos dilemas. Se existisse solução ou guia definitivo, “relacionamento” não seria um dos temas mais recorrentes na terapia, nas músicas que tocam na rádio, na revista Caras, e principalmente, nos livros de autoajuda. E quem há de sofrer mais ainda com isso são os famosos, ao terem sua intimidade, erros e acertos, escancarados publicamente, sendo julgados a todo tempo. Mais ou menos o que eu pretendo fazer pela frente… Mas se é errando que se aprende, melhor ainda é saber observar e aprender com o erro alheio. Sendo assim, vamos a algumas lições que você pode aprender com erros e acertos que já vimos por aí em matéria de relacionamentos das celebridades. O QUE EU APRENDI, E VOCÊ PODE APRENDER COM…
…ADELE: SE JOGUE NUM TRABALHO QUE TE DÁ PRAZER! Dor de amor não correspondido todo mundo já passou. É um lixo! Você fica carente, autoestima zero, não aceita a situação, sente falta da pessoa e parece que não vai passar nunca. (mas passa, sempre passa!) E aí o que você faz diante da fossa? Adele poderia se jogar em trocentas panelas de brigadeiro (se bem que ela não fez isso mesmo assim?) e acabar dando mais razão ainda pro toco do cara. Mas não, ela foi inteligente e canalizou focando 100% no profissional. Transformou todo mar de lágrimas e melancolia num álbum cheio de letras e melodias profundas falando sobre o tema universal que é o “pé na bunda”. O resultado foi a consagração profissional. Seu álbum é o mais aclamado pela crítica nos últimos anos. De quebra, a cantora emagreceu e ficou ainda mais bonita para dar o troco naquele ex que a deixou de mãos abanando (que agora tão carregando troféus e escolhendo a dedo o próximo pretendente). Acertou em cheio, Adele! Com perdão do trocadilho.
…LUCIANO HUCK E ANGÉLICA: CASAIS INTELIGENTES ENRIQUECEM JUNTOS. A versão brasileira de David e Victoria Beckham… um pouco mais cafona, com menos glamour, mais nariz e pinta na perna. Mas é tão verdade a lição deste casal, que o título (“Casais inteligentes enriquecem juntos”) é um dos livros mais vendidos do filão autoajuda. Desde que consumaram sua união, Luciano Huck e Angélica só fizeram multiplicar seus produtos licenciados, mansões e ilhas por aí. Há quem prefira se preservar, mas, caso contrário, se a união dá certo no pessoal, porque não somar os lucros no profissional?
…RIHANNA: UM TAPINHA DÓI SIM! Ambos músicos americanos ricos e bem-sucedidos, Rihanna e Chris Brown pareciam feitos um para o outro. Até que explode um escândalo na mídia americana quando Rihanna é vista com hematomas no rosto. Mais tarde foi confirmada a agressão de Chris Brown. Se foi apenas uma vez como ele garante, não justifica. Lei Maria da Penha felizmente está aqui no Brasil pra isso. Depois disso, os pombinhos acabaram pondo fim ao relacionamento que prometia formar “outro casal real” do show business a la “Beyoncé e Jay Z”, “Victoria e David Beckham”, o que, no Brasil, a gente entende por “Angélica e Luciano Huck”. E como se percebe, poderia ser muito lucrativo. Perdeu, playboy!
…MADONNA: SEPAROU? SE JOGA! SÓ JESUS SALVA! Nem ela está a salvo de uma desilusão amorosa. Do alto de seus cinquenta e tantos anos, parecia difícil para a cantora encontrar a solução para superar o divórcio do casamento de oito anos com o Guy Ritchie. Para dar a volta por cima, não bastou ser a rainha do pop nem praticante de yoga e muito menos adepta da Kabalah, ou até mesmo dedicar diversas letras de seu último álbum a afogar as mágoas do finado relacionamento (She’s not me?). Madonna descobriu a cura para cicatrizar a dor da desilusão amorosa naquilo que a gente tá cansado de ouvir em qualquer horário comprado por igrejas na TV: Jesus. Só Jesus salva! Foi quando ela superou de vez o divórcio e encontrou a luz, literalmente: Jesus Luz. O modelo brasileiro bonitão não só devolveu a autoestima como a moral à Madonna que, mais uma vez, nos ensinou como se faz. Follow this, bitches! (acho que era Cher que dizia isso, mas tá valendo!)
…GRETCHEN: NÃO DESISTA! “De novo?” Essa deva ser a máxima do padre responsável pelos casamentos de Fábio Júnior ou Gretchen. Fábio Júnior já se casou seis vezes. Haja madrasta, Fiuk! Parece muito? Pois a eterna rainha do rebolado Gretchen faz de Fábio Júnior um amador na arte do casório: foram dezesseis relacionamentos! Essa já nem tira o véu na noite de núpcias para estar pronta pro próximo! O lado bom é que se Gretchen esquece de te convidar pro casamento, não tem climão, você sabe que não faz mal, uma vez que pode sempre “ficar para uma próxima”. É tanto ex-marido e ex-mulher que daqui a pouco só vai sobrar uma única alternativa de relacionamento para Gretchen e Fábio Júnior: um casar com o outro.
…ADNET E DANI CALABRESA: COMÉDIA ROMÂNTICA PODE VALER! Sou suspeita pra falar porque adoro esse casal. E quem foi que disse que o amor precisa ser levado tão a sério? De repente, esse é o grande segredo do relacionamento desses humoristas, que também provam que o ditado “onde se ganha o pão não se come a carne” nem sempre é válido. Dani e Adnet não só trabalham sempre juntos fazendo graça na MTV (Comédia MTV/Furo MTV) como são muito bem casados, provando que comédia romântica, desde que seja fora do cinema, até pode valer a pena!
…UMA PENCA DE FAMOSOS: TATUAGEM NÃÃÃÃO! O que tem em comum Deborah Secco, Latino, Kelly Key, Daniele Winits e Jonatas Faro? Não são apenas figurinhas carimbadas do Portal EGO, mas já se precipitaram fazendo tatuagem com o nome do parceiro no início do relacionamento, que como era de se prever (sem precisar de Walter Mercado, Socorro Leite ou Mãe Dinah pra isso) não vingou. Deborah Secco já tatuou no pé o nome do ex, Falcão, enquanto Dani e Jonatas tatuaram seus nomes no pulso. Latino e Kelly Key não lembro e na real não faço muita questão. Acredito que você também. A lição aqui é lembrar do ditado de Vinicius de Moraes: “Que seja eterno enquanto dure!”, só que tatuagem dura para sempre! Ou até dá para remover as vezes, mas dói ainda mais e pode deixar cicatrizes. Já imaginou se Gretchen resolvesse fazer uma tatuagem para cada marido? Virava um gibi! Por isso, se mesmo assim quiser atestar sua breguice fazendo uma tatuagem com nome do parceiro, faça, mas faça de henna! Depois de 15 dias, você pode mudar… tanto a tatuagem quanto de parceiro, sem maiores prejuízos. =)

Ela não vai te ligar no dia seguinte.

Ela não vai ligar no dia seguinte. Isso mesmo. A amazona do século XXI que troca o cavalo pelo salto e a lança pelo batom vermelho não vai te ligar, não vai se preocupar em discutir com as amigas se você foi atencioso ou não, e nem vai ficar pensando em todas aquelas coisas tradicionais que dão um frio na barriga depois de um encontro. Essa mulher não pretende ser a mãe dos seus filhos e muito menos a sua nova namoradinha. Pode se despedir dela com calma e cuidado, porque essa pode ser realmente a última vez em que você vai vê-la. E quem foi mesmo que disse que só pessoas como eu tinham sua porção canalha? Aquela canastrona aclamado pelas meninas continua por aí. Sempre transitando entre o desprezo e a admiração, a canalha acabou virando figurinha batida e desinteressante. Você passa por uma esquina e encontra um canalha fajuto. São como putas de luxo em extinção. Alguns ainda prestam para a função, mas a maioria desonra a classe. E talvez tenha sido por isso que surgiram essas novas gerações de mulheres impetuosas que largaram o semblante do tradicional “a gente gosta e vai sofrer” para proclamarem seus direitos de guerra e diversão. Elas entram armadas com o desinteresse e com algum objetivo muito bem definido. O campo de guerra é claro e estratégico. E essas mulheres são bastante sinceras no que querem. Se querem sexo, deixam isso claro. Se querem companhia para um filme ou outra coisa, dizem abertamente. O problema é que pessoas como eu, ainda não reconheceram que canalha é um substantivo feminino e ainda despreza a potência embutida nelas. Burros somos nós. A mulher canalha não tem limites e nem encontra problemas em expressar as suas vontades. Foge de relacionamentos sérios porque vê outras prioridades e vantagens na hora da solteirice. Ela não precisa se enrolar em desculpas na balada. Se quer dançar, dança. Se quer você, diz. Aliás, sugiro que você tenha samba no pé porque essa mulher é bamba e safa. Sabe se esquivar muito bem entre um ritmo e outro. O sexo forte, o delas, encontra manifestação das mais diversas formas e nos campos que achar melhor. Meu amigo, se você tentar se engraçar para o lado de uma delas, vale aquela máxima: não se apaixone. Não é que elas não valham a pena. Elas valem. E é justamente esse o problema. Elas não têm as mesmas inseguranças e a falta de maturidade dos canalhas fajutos. E ainda tem como esbarrar nas canalhas românticas que deixam sempre a esperança… Bobagem. Elas são seguras e fazem isso porque querem desapegar da vida. Ela nasceu da revolução sexual e percebeu que podia dizer pros outros que não queria casar e ter filhos. Ela viu que existem pessoas bacanas, então por que não tirar algum proveito honesto delas? Ela se acertou com ela mesma e vai levando até onde quiser. Não tem muita novidade, então por que você continua boquiaberto? O substantivo canalha dela é usado como acessório. Coloca quando quer e tira na hora em que preferirem. Se for para falar de amor com ela, fale sobre as músicas e os filmes que ela gosta de ouvir. A mulher desse novo signo tem aversão ao romance tradicional e às táticas de conquista, seja quais forem. O tabuleiro aqui é dela, se quiser jogar. Ou você acha realmente que ela usou o nome verdadeiro quando te deu o Facebook? É uma armadilha para ratinhos indefesos. Você se acha esperto, mas ela é mais. Aliás, ela é mais esperta que eu e vocês juntos, amigos. E o pior é que, assim como ela se encanta com a nossa classe da cafajestagem, a gente acaba caindo de amores pro lado de lá. E sabe aquele conselho que eu dei sobre não se apaixonar por elas? Joga fora. Eu mesma já me deixei levar pelo papo de algumas e de outras que ainda estão por vir. Já dei meu telefone e tomei bolo. E não me canso de tomar bolo delas. Vale a recordação, meu rapaz. É com elas que aquela música clássica do Leoni faz sentido. É com elas que a gente é só criança e nada mais. É que não tem como tentar ser princesa perto da rainha de copas. Muito menos ganhar dessa mulher que é um ás em tudo.