quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Amanhãs

Hoje eu acordei com o meu bloco de anotações sobre o meu peito, bem do lado do coração. Ainda sonolenta, comecei a ler tudo que fora escrito na madrugada, enquanto o sono ia chegando, e percebi que, tudo que estava escrito ali é um reflexo do está dentro de exatamente de onde amanheceu o bloco de anotações. Ontem pensei em tudo, tudo mesmo. Que acontecera até aqui. Acendi a luz da mesa do computador, abri uma lata de Coca-Cola, coloquei The Strokes no Ipod, fui pra varanda olhar as luzes da cidade. No Iphone tem SMS dela, Whatsapp, mensagem no Facebook. Sem prévio aviso. Foi assim que meu mundinho cheio de remendos tornou-se agradável, como um chá quente de boldo depois da ressaca. Aconteceu uma limpeza imaginária nas minhas entranhas, e repentinamente fui salva daquela sensação de ânsia tão esquisita que insistia em me visitar. Puft! E como num milagre, dez minutos calmos e solitários fazem as ideias clarearem e (quase) tudo ficar bem, como numa novela de cenas afinadas e bem escritas. Já passava da hora de fazer as pazes comigo. Tô exausta das tentativas de me decifrar e nunca achar uma saída. Cansei das minhas neuras esdrúxulas e incoerentes. Cansei até de sonhar acordada, mesmo achando poético ser como sou. Cansei, mas não desisti. No fundo, não trocaria minha cabecinha perturbada por nenhuma sã. Sei lá se quero você pra sempre, só por uma noite ou se quero que todo esse arco-íris de cores frias tenha lápis preto se entrarem as cores quentes. Não consigo me decidir nem sobre a cor do meu tênis, então não adianta eu encontrar uma definição. Não, eu não sei a hora de parar pra isso que tá acontecendo. Ou talvez saiba e apenas não consiga. Parar representa ponto final e sempre fui adepta das reticências. Não que isso justifique. Embora não pareça, tenho ideia do quanto posso ser chata. É que tento consertar (para não usar o tal ponto final) e tentando consertar, as coisas viram uma bola de neve. No começo acho que posso empurrá-la, mas em algum momento perco o controle e ela me engole. Por causa das minhas reticências e da tal bola de neve, peço desculpas.Eu quero que a bola de neve pare e a gente continue.Quero um sol espetacular derretendo o gelo entre nós. Quem sabe assim eu possa sair de dentro desse boneco de neve e você me agasalhe com um abraço quentinho. Sabe, não sei ficar magoada com as pessoas que gosto. E eu vim aqui desarmada e boba confessar isso... Já tem tanta coisa aqui dentro, acomodar a mágoa implica mudar os móveis de lugar. Demorei tanto para deixar a sala arrumada. Não quero mudá-los. Por favor. Afinal, hoje vale por dois amanhãs.

2 comentários:

  1. só um coments a fazer.. CARALEOOOOOOOOO

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  2. Olá Mayara, será que você poderia entrar em contato comigo? Meu e-mail é salviano@gmail.com

    Obrigado.

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