domingo, 21 de julho de 2013

Carta ao amor

Eu nunca errei em amar, posso ter errado o destino de meu amor. 

Não darei ao passado minha personalidade, minha paixão, meu temperamento, minha esperança. 

Não desisto da minha alegria porque alguém não entendeu antes. Não desisto de minha ingenuidade porque alguém não me cuidou antes. Não desisto de minha coragem porque alguém se acovardou antes. Não desisto de mim porque já sofri antes. Amar é continuar sendo até acertar a companhia.

Penso que desejamos a separação para não sofrer mais. Produzimos a separação, é a resposta mais rápida. A resposta mais rápida é vista como a certa. Um alívio para seguir com o trabalho, e mostrar clareza aos amigos. 

E os amigos bem-intencionados não vão nos ajudar. O que disserem a respeito do que aconteceu não será suficiente, o amor é um dialeto restrito aos dois que se amam. 

Não reparamos no principal, Amor. Não reparamos que quando amamos o tempo não faz a mínima diferença. Amar será sempre recente: será ontem. Meses juntos e a sensação é que foi ontem. Meses separados e a sensação é que foi ontem. Ontem, ontem. Não há anteontem no amor. As lembranças mais longínquas já são corpo. 

É uma pena, Amor, que somos mais decididos do que amorosos. Amar é não decidir. Decidir é terminar sempre. 

Aguardo o seu retorno,

Mayara Mariz.

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