quarta-feira, 31 de julho de 2013

Quanto tempo você não escreve uma carta de amor?

Lembra quando você era criança e se apaixonou pela primeira vez? Não sei você, mas a maioria das pessoas escreveu uma carta quando isso aconteceu. Uma cartinha que dizia o quanto a outra pessoa era legal, bonita e engraçada. O quanto você gostava de dividir o lanche com ela. Você se esforçou para que a letra ficasse bonita e até colou alguns dos seus adesivos preferidos nela. O tempo passou, você se apaixonou por outras pessoas e algumas delas também receberam cartas. Uma mais profunda que a outra, melhor escrita ou com um papel de carta mais bonito. E aí chegou o e-mail... Quantas pessoas você ama ao mesmo tempo? Demonstrar amor vale a pena! O que as mulheres querem depois de casar? E você nunca mais pegou um caderno e uma caneta para escrever como a outra pessoa faz bem a você. Nem por carta, nem por e-mail. Você sabe que sempre que quiser dizer algo para a pessoa amada pode enviar uma mensagem eletrônica. Seja e-mail, SMS, Whatsapp ou uma mensagem de Facebook ou Twitter, mas de tão prático que é, você nunca manda. Lembra como era a sensação de receber uma carta? Você se sentia especial, rolava até um frio na barriga antes de abrir o envelope. Isso quando o envelope já não era uma surpresa. Uma vez eu recebi uma carta em um envelope todo pintado a mão, parecendo um quadro. Acho que a tenho até hoje, uns 9 anos depois. Mas e-mail não tem envelope. Não tem surpresa porque o e-mail da pessoa amada já aparece logo de cara e você sabe que é dela. E você também sabe o assunto, já que ela não deixaria esse campo em branco – no máximo tem algo enigmático ali. Mas, ainda assim, você não pode abraçar o e-mail e colocá-lo sob o travesseiro quando estiver morrendo de saudade. São poucas as pessoas que escrevem cartas hoje, mas acho que elas são mais bem resolvidas. Ao sentar para escrever uma carta – quando você escreve um e-mail há milhares de distrações ao redor – você mergulha totalmente naquilo. E coloca para fora seus sentimentos mais escondidos, porque precisa olhar para dentro para escrever. Talvez o papel nos inspire a ser mais românticos e poéticos. Em outro namoro, troquei cartas que filosofavam sobre o mundo, além do nosso amor. Falavam sobre as impressões que a gente tinha das coisas, das relações entre as pessoas, do futuro, do passado e tinha trechos de livros e frases de pensadores. Também as tenho até hoje. Quando acordei, hoje, lembrei de todo o ritual que eu tenho de escrever. Não é sentar no computador e bater os dedos em letrinhas. Eu escolho a caneta perfeita, que combina com a pessoa, que é tão gostosa e desliza no papel. Eu deixo um pouco de você naqueles desenhos de letras, me esforço para que fique o mais bonito possível. Do mesmo jeito que fazemos na vida, nos esforçamos para ser pessoas melhores todos os dias. Assim como deixamos de escrever cartas de amor, muitos de nós deixaram de mergulhar de verdade nos relacionamentos e passaram a acreditar que ser superficial basta. Uma mensagem de celular marca menos do que uma carta, mas você também sofre menos quando não ser certo. Começar algo olhando para o fim não é exatamente otimista. Vamos parar de pensar no que pode dar errado. A vida não está nas nossas mãos o tempo inteiro, nem todas as decisões que tomamos dependem só de nós e não sabemos por quanto tempo estaremos presente na vida daqueles que amamos. Escreva cartas de amor, aos outros e a si mesmo, mergulhe nos relacionamentos amorosos ou não e se dedique 100% a ser feliz, em todos os momentos. Você é muito mais do que um cursor piscando em uma tela branca.

2 comentários: