sábado, 5 de maio de 2012

A estranha.

Gostaria de não dizer que toda vez que eu falo com você eu não tenho nenhuma ideia. Você tem me dado bagagem pra escrever tanto, sobre tanta coisa, que seria uma hipocrisia minha dizer que você, e os seus assuntos incessantemente interessantes vem mantendo minha mente aquecida pra escrever o que venho escrevendo nessa última semana. Escrevo sem pensar, tudo o que o meu inconsciente grita. Penso depois: não só para corrigir, mas para justificar o que escrevi. Devo confessar preliminarmente, que eu não sei o que é belo e nem sei o que é arte. Mas sei o que me agrada. Escrever é fácil. Você começa com uma letra maiúscula e termina com um ponto final. No meio você coloca idéias. E que idéias você vem me dado. Você é uma estranha no meu mundo. Uma estranha dentro do normal, ou uma estranha que eu acho que eu sei, e não sei nada, absolutamente nada dela. Hoje, um pouco mais cedo, eu disse que passaria pela minha cabeça escrever um livro quando eu encontra-se alguém que virasse o meu mundo de cabeça pra baixo, que me mostrasse coisas que eu nunca tivesse visto na vida. Você, através do telefone, em tom de brincadeira disse que era você. Mesmo sendo brincadeira por tanto que eu converso com você, e por tanta idéia que você me dá, sim, eu posso dizer que você virou meu mundo de cabeça pra baixo. E ainda digo que daria um livro de umas 100 páginas pelo menos. Não somente de você, mas dos outros capítulos da minha vida também. Mas diria que o intrigante, e o suspense ficaria sobre tudo nos teus capítulos. Eu sempre penso em tudo, a curto ou a longo prazo. Acho que eu nunca tive um freio, minha vida sempre foi a 300 quilômetros por hora, só que agora reduzi a 150. A vida hoje,só quer que eu sinta, que eu pense, que eu respire, que eu disque aqueles números mais uma vez, mais uma vez, mais uma vez. O mais estranho da estranha é essa felicidade plena em que vivo. Esse estado de graça. A estranha encheu meu estômago de borboletas coloridas. Encheu de suspiros a minha alma. Me encheu de rendição. É uma dessas alegrias de dar pulinhos e de murmurar alegria no semblante mais sério. É uma dessas alegrias tão abençoadas por Deus que Ele é quase cúmplice de esporádicas baixarias e malícias.É uma dessas alegrias desconfortáveis mas que tem cara de cama quente e travesseiro fofo. Ela nem me liga, ela dança linda e vermelha no meu tórax. Eu perco o ar, sorrio com os olhos. Ela nem me liga, formigando cada parte do meu corpo, transformando meu desenho em pontilhado. Depois me instiga a chamá-lo para que forme a imagem, fazendo o desenho existir. Ela apenas me sorri irônica e por piedade aquieta-se alguns segundos. Depois, eu mesma não agüento e a procuro: estranha por estranha, negar essa estranha ligação é muito mais louco do que aceitá-la dentro da gente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário