domingo, 6 de maio de 2012

Risco a linha, e corro riscos.

Feliz é aquele que saboreia quando come, enxerga quando olha, dorme quando deita, compreende quando reflete, aceita-se e aceita a vida como ela é. Há quem diga que felicidade depende, antes de tudo, de bastar-se a si próprio; de não depender de ajuda, de opinião e, sobretudo, de não se deixar influenciar por ninguém. Será mesmo? Você pode imaginar uma pessoa assim? Lao Tzé dizia: "Grande amor, grande sofrimento; pequeno amor, pequeno sofrimento; não amor, não sofrimento". Pode imaginar você um homem sem paixão, sem desejos? A felicidade, entendida assim, não seria apenas um engôdo, algo contra a natureza humana? Evidentemente! Sem amor, sem paixão, que sentido teria a existência? A felicidade é proporcional ao risco que se corre. Quem se protege contra o sofrimento, protege-se contra a felicidade. Quem se torna invulnerável, torna sem sentido a existência. Rir é correr risco de parecer tolo.Chorar é correr o risco de parecer sentimental. Estender a mão é correr o risco de se envolver.Expor seus sentimentos é correr o risco de mostrar seu verdadeiro eu. Defender seus sonhos e idéias diante da multidão é correr o risco de perder as pessoas. Amar é correr o risco de não ser correspondido. Viver é correr o risco de morrer. Confiar é correr o risco de se decepcionar. Tentar é correr o risco de fracassar.Mas os riscos devem ser corridos, porque o maior perigo é não arriscar nada. Há pessoas que não correm nenhum risco, não fazem nada, não têm nada e não são nada. Elas podem até evitar sofrimentos e desilusões, mas elas não conseguem nada, não sentem nada, não mudam, não crescem, não amam, não vivem. Acorrentadas por suas atitudes, elas viram escravas, privam-se de sua liberdade. A mulher feliz aceita ser vulnerável. O homem feliz aceita depender dos outros, mesmo pondo em risco sua própria felicidade. É a condição do amor e de todas as relações humanas, sem o que a vida não teria sentido. Somente a pessoa que corre riscos é livre!

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